Deu no ‘Jornal Nacional’: Piauí é destaque negativo em desmatamento
Piauí foi responsável por quase um quarto de todo o desmatamento: 43 km²m; equivale a 6 mil campos de futebol
O Piauí voltou a ser destaque no programa jornalístico mais assistido da televisão brasileira, o Jornal Nacional.
É que o estado é um dos maiores responsáveis pelo devastação da mata atlântica no Brasil. Um único município piauiense, Eliseu Martins, foi responsável por quase um quarto de todo o desmatamento: 43 km²m. Equivale a 6 mil campos de futebol.
O levantamento vai ser divulgado oficialmente só nesta quarta-feira, dia 27. Detectou uma queda de 24% na derrubada da Mata Atlântica. Uma lei específica tem ajudado alguns estados a diminuir o desmatamento. Em maior ou menor medida, ainda são possíveis encontrar desmatamento nos 17 estados brasileiros por onde se estende a Mata Atlântica. Reduzida a 12% de sua cobertura original, a floresta resiste.
A média foi de 1000 km² desmatados por ano, no fim dos anos 1980 e começo dos 1990. Entre 2012 e 2013 já era de 231 km². No último levantamento, até 2014, nova queda, para 183 km². O motivo de o Piauí ter esse destaque negativo é que “existe o desenvolvimento da soja nessa região, e isso está afetando diretamente as florestas naturais”. Explicou Márcia Hirota, diretora da SOS Mata Atlântica. Além do Piauí, também preocupam: a região da produção de carvão em Minas Gerais e áreas do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. Em compensação, nove estados apresentam números abaixo de 1 km², se aproximando do desmatamento zero. Entre eles, São Paulo.
O mapeamento não capta pequenos desmatamentos isolados, nem leva em consideração pequenas áreas de preservação como o Parque Trianon, em São Paulo. Dois preciosos quarteirões junto à Avenida Paulista que muita gente, mesmo apreciando, nem faz ideia a qual floresta pertencem. É claro que quem devastou mais no passado, tem menos para desmatar agora. E, principalmente, tem mais a recuperar. O melhor exemplo disso, em São Paulo, é a dos mananciais de água do Sistema Cantareira, onde restam apenas 21% da mata original. “Se a gente não tiver a floresta protegendo as nascentes, nós estamos comprometendo a nossa vida. Então, a proteção da Mata Atlântica está diretamente relacionada com a nossa sobrevivência também”, disse a diretora da SOS Mata Atlântica. E sete de cada dez brasileiros vivem em áreas que são, ou já foram, cobertas pela Mata Atlântica.
Ao final da reportagem, o apresentador do programa, Willian Bonner, informou que o Governo do Piauí e a prefeitura de Eliseu Martins não comentaram o levantamento da fundação SOS Mata Atlântica.