"Fui na delegacia ontem prestar queixa, pois fui mais uma vítima. Dei entrada no ágio de um carro e não tinha como saber como havia sido financiado. Tentei ligações para a pessoa que me vendeu quando vi que essa pessoa estava envolvida. Liguei para o delegado porque eu não quero nada disso envolvido com o meu nome. Quem me conhece sabe quem sou eu. E não tenho interesse em qualquer coisa dessa natureza. Hoje eu vim aqui prestar depoimento e a justiça está aí para resolver quem são os culpados dessa barbaridade. Eu sou mais uma simples tima de tudo que ocorreu" disse o cantor.
Leonardo Lima afirma que comprou o carro do suspeito indentificado como Roberto e repassou a entrada no valor de R$ 40 mil, assumindo ainda 60 prestações no valor de R$ 2.300,00 mil cada.
"Eu estava pagando, só que esse rapaz sumiu. Tive o cuidado de toda vez ir à concessionaria fazer revisões no veículo, conversar com o gerente e em nenhum momento me disseram que esse carro era ilegal. Eu não tinha porque ter medo de estar com aquele veiculo. Quando saiu na mídia a foto da pessoa que me vendeu, não hesitei e fiz a devolução do objeto", declarou.
O músico disse que adquiriu o bem há cerca de 3 meses e meio e, em setembro, iria providenciar o emplacamento. Segundo ele, o carro é do ano de 2014.
"O carro já tinha placa e eu ia apenas fazer o emplacamento em setembro. Espero que a polícia pegue os 'meliantes' e os 'vagabundos' que fizeram isso com a gente, com pessoas que nem eu, que trabalham toda noite com dignidade, levando alegria pro povo. Vamos deixar nas mãos da Justiça. Se Deus quiser vai dar tudo certo. Tenham calma, não julguem a gente, ninguém comprou carro de R$ 40 mil sendo de R$ 100 mil", desabafou.
Ele destacou que espera que a situação não interfira em sua carreira e a agenda de shows está mantida.
Roque Félix, que atua na defesa do artista, destaca que o objeto de investigação da Polícia Civil é o financiamento de forma fraudulenta do veículo de luxo e não a compra deste carro pelo cantor.
O delegado Matheus Zanatta disse ao Cidadeverde.com que, em depoimento, o cantor reafirmou a quantia de R$ 40 mil repassada na compra no carro, mas não apresentou boletos ou recibos que comprovassem a aquisição do automóvel.
"Ele disse que foi lesado pelo Roberto. Ao fim do inquérito, vamos ver se indiciamos ele ou não. Se for comprovado que ele agiu de má fé, poderá responder por receptação", reitera Zanatta.
Áudios no WhatsApp
Léo Cachorrão também comentou sobre mensagens de voz que circulam no WhatsApp atribuídos a ele. No aúdio é possível ouvir: "Cachorão não anda a pé não, que ele não tem um carro só não. Ele tem três carros para andar, viu!?", diz a mensagem propagada pelas redes sociais.
Interrogado sobre o assunto, o cantor negou a existência dos aúdios. "Isso aí é besteira. Não existe esse áudio.. Quem me conhece sabe que sou uma pessoa pacata, tranquila e que gosta de estar em casa ou no sítio. Eu posso ter mil carros, mas o áudio não é meu", resumiu.
Matéria original
Leonardo chegou à delegacia acompanhado do advogado Roque Félix, por volta das 10h30 desta terça-feira. Neste momento ele ainda presta depoimento e falará com a imprensa ao deixar a delegacia. Ele divulgou hoje nota de esclarecimento informando ter sido vítima de "uma quadrilha de estelionatários" que atuava em Teresina.
Na nota publicada em sua página oficial no Facebook, o cantor disse ter sido pego de surpresa quando a polícia chegou à sua casa e disse que foi informado somente ontem que o veículo apresentava irregularidades.
"Eu não fui o único a sofrer constrangimentos e ser lesado por essa quadrilha. O veículo em questão foi adquirido por mim de boa fé, compreu o ágio para assumir o restante das prestações e realizar os pagamentos normalmente", disse. Leia a nota na íntegra:
Entenda o caso
Foram presos ontem (15) Janayna Antônia, Kallyandro Araújo da Silva e Augusto César Melo Machado. Roberto, que comandaria o grupo, está foragido. De acordo com o delegado Zanatta.
As investigações indicam que Roberto utilizava-se de documentos falsos, mas ativos, como CPF e RG de outras pessoas, algumas das quais atuavam como "laranjas", emprestando seus nomes e dados para que o autor da fraude não fosse identificado.
Segundo a polícia, os veículos eram repassados por valores muito inferiores aos de mercado, entre R$ 40 e R$ 50 mil. Empresários estão entre os investigados por receptação.
Além de estelionato, os investigados teriam participação nas práticas de uso de documento falso, falsidade ideológica, receptação e associação criminosa. O delegado informou que novas prisões e apreensões ainda devem acontecer no Piauí.
fonte cidadeverde.com