Estudantes de medicina ocupam prédio da reitoria em protesto
Os manifestantes protestam contra a maneira irregular que vem ocorrendo as transferências para o curso na Uespi
Estudantes de medicina ocuparam o prédio da reitoria da Universidade Estadual do Piauí (Uespi) nesta quarta-feira (10) para protestar contra as transferências indevidas de estudantes de outras instituições. Os estudantes alegam que a universidade vem disponibilizando vagas para discentes de outros estados, cuja grade curricular não está de acordo com a dos cursos de medicina da Uespi.
A manifestação foi fomentada pela ocorrência recente de dois casos que causaram grande revolta entre os estudantes. Eles alegaram que os candidatos conseguiram o ingresso no 9º bloco, mesmo devendo 27 disciplinas, sendo que o colegiado do curso diz que o candidato deve voltar ao primeiro bloco. “Essas transferências precisam ser analisadas e, nesse caso, a Uespi aceitou mesmo sem a pessoa ter compatibilidade com a grade. Isso não pode acontecer”, declarou Zélia Rodrigues, que faz o 6° bloco de medicina na Uespi.
Em nota, o centro acadêmico do curso afirmou que a justiça decide de forma arbitrária a isenção de alunos, desconsiderando muitos quesitos. “Há a desconsideração do curso de origem com o curso de destino, visto que currículos médicos possuem grandes variações e inadequações em diferentes universidades”, disse a nota.
Os estudantes permanecerão na reitoria até o horário do seu fechamento. Eles buscam chamar atenção dos órgãos superiores sobre as irregularidades que vem ocorrendo e fomentar um debate sobre o caso.
Em nota, a Uespi informou que o ingresso de estudantes de outras instituições na universidade se dá por meio de edital lançado pela instituição e que, aqueles que não se adequam às exigências constantes no edital, são indeferidos pela comissão julgadora. "Entretanto, em casos em que o estudante recorre à justiça, a instituição é obrigada a obedecer a ordem judicial, expedida por via liminar", explica.
Em relação aos casos recentes de transferência externa, que correm em segredo de justiça, a Uespi afirma, por meio da sua Procuradoria Jurídica, que está recorrendo da liminar, no sentido de revogar a decisão judicial de estudantes que foram indeferidos durante o processo de seleção de transferência externa na instituição, por não corresponderem às exigências do edital. "A Administração Superior comunica ainda que está empenhada em combater possíveis transferências irregulares de alunos na instituição e que está aberta a diálogos com toda a comunidade acadêmica, pois entende que essa é uma questão que afeta a instituição como um todo", diz a nota.
A administração superior da Uespi, representada pela vice-reitora, Bárbara Melo, a pró-reitora de ensino e graduação, Ailma do Nascimento Silva e a pró-reitora adjunta de ensino e graduação, Eliene Pierote, juntamente com a procuradora jurídica da instituição, Dra. Maria Deusly, reuniu-se com representantes dos estudantes de medicina e com o diretor do CCS, Jesus Abreu, com a finalidade de esclarecer o andamento dos processos judiciais citados que estão em posse da assessoria jurídica.
fonte portal o dia