Colégio cria o dia da família e gera reação preconceituosa
O Instituto Dom Barreto, que está sempre entre as dez melhores escolas brasileiras, na medição do Ideb/Enem, resolveu não mais comemorar o Dia das Mães. O colégio substituiu a festa somente para as mães por um Dia da Família – mais apropriado a esses tempos em que os arranjos familiares tão diversos.
Em carta endereçada aos pais, a direção da escola afirma categoricamente que o objetivo de estabelecer o Dia da Família é para “fortalecer os laços que dão lastro às diferentes famílias e que se estendem a nós, escola, e também nos constituem e nos iluminam”.
O evento será em 11 de maio, após o dia das mães, celebrado no segundo domingo de maio.0
Em postagem feita na tarde desta terça-feira em sua página na rede social Facebook, uma publicitária que, apesar do caráter público de sua afirmação, não quer ver seu nome em Urbi et Orbe, aplaudiu a iniciativa, que, no entanto, não teria sido bem recebido por mães de estudantes matriculados na escola, filantrópica, mas de orientação confessional católica.
A publicitária não tão anônima disse que a decisão do Instituto Dom Barreto é “uma clara e linda manifestação de amor”.
Na compreensão da profissional de publicidade, o estabelecimento de um Dia da Família serve para acolher os “filhos que 'não têm' mãe”, para que eles “não virem peixinhos fora d'água na comemoração do dia das mães, bem como uma criança que 'não tem' pai fique de fora da festinha do dia dos pais na escola".
A publicitária afirma que o Dia da Família do Instituto Dom Barreto, também teria sido criado para abraçar crianças que são filhas de pais do mesmo sexo. “E esse é o ponto: filhos de pais do mesmo sexo”.
Segundo a publicitária, porém, o que deveria ser um avanço, terminou provocando manifestações preconceituosas em grupos de discussão de mães de alunos, no aplicativo Whatsapp, nos quais ela disse ter ouvido “áudios com as atrocidades ditas por algumas mães”.