Agentes penitenciários paralisam as atividades por 48h na penitenciária mista
Diferença salarial entre os agentes do Estado é o motivo principal da paralisação.
Os agentes penitenciários da Penitenciária Mista Juiz Fontes Ibiapina, de Parnaíba, deflagram a paralisação de 70% de suas atividades desde a zero hora desta terça-feira (23). O movimento ficou acordado no dia 11 deste mês, por meio de uma assembléia entre os servidores e o Sinpoljuspi. A pretensão é que a paralisação dure 48 horas.
De acordo com o Diretor do Sinpoljuspi, Kleiton Holanda, o movimento foi deflagrado com o objetivo de chamar a atenção do Governo do Estado para a diferença salarial dos agentes penitenciários de Parnaíba. “Os servidores da Penitenciária Mista têm uma diferença salarial de quase 50% se comparado aos servidores das outras penitenciárias do Estado. Isso não tem justificativa porque todos os agentes exercem a mesma função. Lutamos pelo salário justo”, conta.
Fotos: Divulgação/Sinpoljuspi
Além da reivindicação salarial, os agentes penitenciários também reivindicam por melhorias nas condições de trabalho. “A Penitenciária Mista tem capacidade para 150 detentos e aqui abrigamos 450, ou seja, os agentes vivem nesta condição de superlotação. Além disso, os servidores também se deparam constantemente com a carência de material de trabalho”, denuncia Kleiton Holanda.
Com a paralisação, os servidores estão exercendo apenas 30% das atividades. Estão sendo feitos atendimentos de ordens judiciais, como cumprimentos de alvará de soltura, e alimentação e medicação dos detentos.
Recebimentos de presos de Distrito Policiais, visita de familiares e advogados e qualquer outra atividade externa estão suspensas. Kleiton Holanda avisa que o clima na Penitenciária é de tensão entre os presos. “Os detentos estão começando a ficar agitados com a proibição da entrada dos familiares. Estamos tentando conter os ânimos”, avalia.
De acordo com Kleiton Holanda, caso não haja nenhuma negociação do Governo do Estado, será decretado greve em todas as penitenciárias do Estado. “Estamos fazendo apenas uma paralisação das atividades para chamar a atenção e buscar uma saída eficaz, visto que há mais de três anos marcamos reuniões com o Secretário de Segurança e nenhuma medida concreta é feita. Até agora não recebemos nenhuma notícia do Governo, mas caso continue neste silêncio, o próximo passo é deflagrar greve em todas as Penitenciárias do Piauí”, finaliza.
