quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Parque Vitória: moradores não querem regularizar apenas 40% da área


Parque Vitória: moradores não querem regularizar apenas 40% da área

Quase três mil famílias moram na região e querem que todo o terreno seja regularizado pela PMT

Energia de baixa qualidade, falta de água e grande demanda para o posto de saúde que atua na região são algumas das dificuldades que as mais de 2.900 famílias que moram no Parque Vitória vem enfrentando desde que chegaram no local, há três anos.
No início do mês, moradores da região se reuniram com o secretário municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Semduh), Marcos Antônio Ayres, para discutir a regularização das terras. Segundo a coordenadora de habitação e regularização fundiária da Semduh, Rogéria Sousa, que também estava presente na reunião, ficou decidido que a Prefeitura irá regularizar parte das terras que compreendem o Parque Vitória.
“Não há necessidade de regularizar toda a região, pois algumas áreas são de risco. Além disso, a regularização é dificultada pela dispersão das famílias. É preciso agrupá-las em uma só área”, afirma.
Segundo o líder comunitário José da Cruz, a Prefeitura se comprometeu em regularizar 40% dos 78 hectares de área ocupada. Mas as famílias que residem no local não querem ceder o restante da terra. “A população não aceita reduzir a área porque a estrutura que se tem atualmente no local foi conseguida pelos próprios moradores, sem ajuda alguma da Prefeitura”, explica.
Foto: Assis Fernandes/O Dia

Sem a posse dos lotes, população convive com a falta de saneamento, posto de saúde e demais serviços básicos
Priscila Silva foi uma das primeiras moradoras da região, localizada nas proximidades do Residencial Mário Covas, zona Sul da capital. A moradora reclama que o local carece de uma série de serviços básicos, como saneamento, água, energia e posto de saúde. “Minha filha de três anos vive doente por conta da poeira, pois as ruas aqui são todas de terra. O posto de saúde mais próximo fica lá no Mário Covas e só há atendimento dois dias na semana”, disse.
Ela relata também que o hospital mais próximo, capaz de oferecer atendimento de emergência e urgência, fica no bairro Promorar. “No posto de saúde do Mário Covas é difícil ter remédio. Precisei me deslocar, várias vezes, até o hospital do Promorar para conseguir medicamentos. Tenho três filhos e só eu sei a dificuldade que passo para alimentar, dar banho e tratar quando eles estão doentes, porque tudo aqui é muito difícil”, conta. 
Em nota, a Eletrobras Distribuição Piauí explicou que regularizada a situação fundiária, com a desapropriação do imóvel por parte da Prefeitura de Teresina e a consequente distribuição do título de posse aos atuais moradores, a empresa deverá executar o plano de ação para ampliação da rede de distribuição, que deve atender a todos os consumidores.
A Eletrobras reforçou ainda que já existe um projeto de expansão de rede pronto para atender aquela localidade; contudo, só pode executar quando houver a regularização definitiva do conflito hoje existente.

fonte portal o dia