Com greve dos servidores do TJ, 66 audiências deixam de ser realizadas em THE
A categoria reivindica por reajuste salarial, concurso público e reestruturação de carreira.
Mesmo embaixo de chuva, os servidores do Judiciário do Piauí deflagraram greve por tempo indeterminado nesta segunda-feira (23). Reunidos em frente ao Tribunal de Justiça do Estado do Piauí (TJ-PI), os trabalhadores reivindicam as propostas levantadas pela categoria. Em todo o Estado, 97% dos servidores aderiram ao movimento grevista, somando mais de 1.300 funcionários.
Fotos: Marcela Pachêco
O presidente do Sindicato dos Oficiais de Justiça do Poder Judiciário do Estado do Piauí (Sindosju), Maércio Maia, pontuou que a greve trará prejuízos irreparáveis, sobretudo para a população. Segundo ele, somente nesta segunda, deixarão de ser realizadas, somente na comarca de Teresina, 66 audiências.
“Os oficiais de justiça, por exemplo, só darão cumprimento às medidas de urgência referentes à manutenção da vida, ou seja, medidas cautelares de saúde. Outro mandado judicial não será cumprido, então os prejuízos são de naturezas imprevisíveis para o juridionado, por isso que esperamos, ainda na manhã de hoje, que o presidente apresente uma proposta”, frisou.
Dentre as reivindicações feitas pelos servidores do judiciário estão, além do reajuste de 10% da tabela de subsídio, que deveria já estar sendo pago desde janeiro deste ano; a realização de concurso público para todos os níveis; a reestruturação de carreiras dos servidores da justiça de primeiro e segundo grau, entre outros.
“Estamos aguardando o presidente do Tribunal de Justiça receber as entidades sindicais para que possamos ouvir a contraproposta da presidência, no sentido das nossas reivindicações sejam atendidas”, disse Maércio Maia.
O presidente do Sindosju destacou ainda que o reajuste de 10% que está sendo cobrado pelos servidores já foi aprovado na Comissão de orçamento do Tribunal de Justiça para o ano de 2015. “Orçamento esse que nós, servidores, lutamos juntos com a magistratura piauiense, que ele fosse melhorado e ampliando, na perspectiva que houvesse esse incremento nos subsídios dos servidores, que está defasado, mas até o presente momento esse reajuste não foi concebido”, disse.
Maércio Maia relatou ainda que, após a aprovação dos orçamentos para o ano de 2015, os direitos dos servidores não foi cumprido, diferentemente do que tem sido feito com os magistrados. “A Administração paga o teto máximo estabelecido, de R$ 4.377,00; gratificação de diretor de fórum para magistrados; pagar integralmente os subsídios dos magistrados, e o pleito que diz respeito aos servidores, que é de apenas 10% de correção das perdas inflacionários, realização de concurso público e reestruturação de carreiras, nada foi feito”, frisou.
Concurso público
Segundo Maércio, o quadro permanente de servidores do Poder Judiciário está deficitário e funciona apenas com 46%. “Mais da metade do quadro de servidores encontrasse vago, com 56%. O poder judiciário funciona com uma força de trabalho muito reduzida. Então, independentemente da greve, muitas comarcas já estavam parando. Tem comarca no interior do Piauí que funciona com servidores cedidos pela prefeitura”, destacou, ressaltando que essa atitude compromete a independência do Poder Judiciário.