sexta-feira, 13 de março de 2015

Funcionários do Hemopi acusam primo de Wilson Martins de nepotismo


Funcionários do Hemopi acusam primo de Wilson Martins de nepotismo

Diretor teria retirado funcionários alegando excedente de pessoal, mas ao mesmo tempo nomeou três primos e um tio para o Hemopi

Atual gestor do Hemopi, Jurandir Martins

Funcionários do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Piauí (Hemopi), organizam uma paralização de 70% do pessoal na próxima terça-feira (17/03). Os funcionários alegam falta de estrutura, material de trabalho e ainda acusam o diretor da prática de nepotismo.
Atualmente quem gere a pasta é Jurandir Martins, filho do ex-prefeito de Santa Cruz do Piauí, Jurandir Martins, primo do ex-governador Wilson Martins (PSB). Jurandir foi posto fora do cargo após ter o mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PI), que comprovou a prática ilícita de compra de votos.
Os funcionários afirmam que o gestor assim que assumiu a pasta devolveu 15 funcionários para a Secretaria de Saúde do Estado, alegando excedente de pessoal, mas ao mesmo tempo, nomeou quatro parentes, entre eles, três primos e um tio, além de manter outros 11 atuando avulso, mas que recebem por produtividade no Hemopi.
Diário Oficial do Estado revela a nomeação de todos os parentes do atual diretor 
Além desse pessoal, o gestor mantém mais outros 10 funcionários que são de outras pastas, mas que foram levados para o Hemopi.
Lista dos funcionários que são de outras secretarias mas que estão atuando no Hemopi e recebem pelo órgão
Relação de pessoas que trabalham no Hemocentro sem vínculo empregatício, colocados em 2011, com pagamento na produtividade GIMAS, e que ocupam o lugar de servidores concursados devidos à Sesapi pelo atual diretor do Hemopi
Os parentes nomeados por Jurandir e suas respectivas funções desempenhadas são as seguintes: Flávio Luís Martins Rodrigues (primo) para exercer o cargo de auxiliar administrativo; Igor de Aguiar Martins Santos (primo) para exercer o cargo de fiscal de contratos; James Brito Martins dos Santos (primo) para exercer o cargo de presidente da comissão de licitações; Ubiratan Martins dos Santos Segundo (tio) para exercer o cargo de coordenador técnico de interiorização.
Destes, Ubiratan Martins aparece na folha de pagamento disponibilizada no Portal da Transparência do Estado, ainda no mês de janeiro de 2015, como lotado na Secretaria de Saúde. O médico recebia vencimentos no valor de R$ 17 mil.
Médico tio de Jurandir já estava lotado na Secretaria de Saúde do Estado e recebendo mais de R$ 17 mil mensais
De acordo com o funcionário Levy Nunes Piauilino, integrante do Sindicato dos Funcionários da Saúde do Estado do Piauí (Sindespi), a situação no órgão está insustentável. O mínimo necessário para que os funcionários possam atuar não está sendo fornecido.
Levy Piauilino alega que não há condições de trabalho no Hemopi (Foto: Nataniel Lima/OOlho)
"Hemocentro vive numa situação alarmante, falta material para trabalhar. Na última vez em que o Hemopi fechou por falta de material passou quase um dia sem atendimento, e as bolsas de sangue tiveram que vir de Fortaleza, todas emprestadas. Atualmente só temos 760 em estoque, o que durará somente uns 15 dias", revela.
Os funcionários reclamam ainda que nem mesmo o material de assepsia está sendo fornecido, e que faltam luvas, água sanitária, sabonete, desinfetante, detergente, hipoclorito, papel toalha e todos os outros itens básicos.
O sindicato diz ainda que o gestor tem alegado que uma dívida de mais de R$ 3 milhões, deixada pela gestão passada, não permite a atualização do quadro de profissionais, mas os funcionários não aceitaram a resposta.
"O Hemopi tem uma receita mensal de R$ 1,53 milhões e ele já está no cargo faz três meses. Se ainda não conseguiu pagar é porque é muito incompetente. Não justifica ele tirar funcionários de lá alegando excedente e ao mesmo tempo nomear parentes", denunciou.
Estoque de material no Hemopi está vazio (Foto: Sindespi)

fonte portal o olho