sexta-feira, 13 de março de 2015

Após denúncia de agressão, médica chama vereadora de 'irresponsável'


Após denúncia de agressão, médica chama vereadora de 'irresponsável'

Graça Amorim acusou médica de agressão a pacientes em posto de saúde de Teresina

Um assunto polêmico foi tema debate esta semana, e justamente no mês para homenagem às mulheres. O assusto inclusive motivou uma declaração, no plenário da Câmara Municipal de Teresina, da vereadora Graça Amorim (PTB), denunciou que a dona de casa maria de Fátima, do bairro Piçarreira, havia sido agredida pela médica Ada de Castro, que atende num posto de saúde da região.
"Ela queria que eu fizesse o exame, mas eu disse que já havia feito um há pouco tempo e que eu estava bem. No momento em que se sentiu contrariada, ela partiu para cima de mim com tapas e unhadas", chegou a contar a suposta vítima, que registrou Boletim de Ocorrência e fez exame de corpo e delito.
A vereadora Graça Amorim chegou a declarar que "os moradores não querem mais ir a este posto de saúde e procuram outro mais longe".
Mas nesta quinta-feira (12/03) a médica resolveu se pronunciar e se defender das acusações. Em nota emitida para imprensa, Ada de Castro chamou a vereadora de irresponsável por fazer uma denúncia sem averiguar as informações. “A vereadora Graça Amorim, como figura pública e representante do povo agiu de maneira irresponsável ao afirmar que achava lamentável a médica do posto de saúde da Piçarreira ainda não ter sido afastada, visto haver várias reclamações”, disse.
A médica afirma que ela é quem foi agredida, e que Maria de Fátima inclusive chegou a ser detida do 11º DP pela agressão. Segundo ela, teria negado à paciente uma receita de um remédio hipertensivo, visto que já havia dado encaminhamento desde novembro do ano passado da mesma para o cardiologista, mas a mesma retornou sem o parecer do médico cardiologista.
VEJA A NOTA COMPLETA
Venho através desta nota mostrar minha indignação quanto ao relatado em matérias publicadas na imprensa.
Minha figura profissional foi negativamente exposta na imprensa, que deu o relatado pela paciente como verdade, bem como foi publicado várias afirmações feitas a respeito da minha atuação profissional no posto de saúde do qual eu trabalho, remetendo como uma atuação irresponsável.
A vereadora Graça Amorim, como figura pública e representante do povo agiu de maneira irresponsável ao afirmar que achava lamentável a médica do posto de saúde da Piçarreira ainda não ter sido afastada, visto haver várias reclamações e fatos de agressões da médica para com os pacientes. Ora, Vereadora como fazer afirmações tão sérias sem sequer garantir a mim o direito do contraditório e da ampla defesa, direitos estes garantidos pela própria Constituição Federal? Muito dos fatos que a senhora diz existirem chegaram a mim através da Fundação Municipal de Saúde, a mim foi dado o direito de defesa, estes foram devidamente apurados e nada que comprometesse minha conduta foi apresentado.
Quanto ao caso relatado da paciente Maria de Fátima da Silva, ocorrido semana passada, eu fui agredida pela mesma ao negar dar uma receita de um remédio hipertensivo, visto que já havia dado encaminhamento desde novembro do ano passado da mesma para o cardiologista. A mesma retornou sem o parecer do médico cardiologista e, agindo com ética e bom senso, neguei-me a receitar o remédio do qual me pedia, e encaminhei-a outra vez ao médico especialista. A paciente, indignada com minha negativa, agrediu-me, e só parou com as agressões quando os funcionários do posto ouviram meus pedidos de socorro e intervieram. Tive a blusa rasgada e vários hematomas pelo corpo.
A paciente foi presa em flagrante e encaminhada para o 11° distrito policial, onde lá foi lavrado o Termo circunstanciado de ocorrência, onde, pelo exame de corpo e delito, ficou evidenciado as agressões e, em detrimento disso, foi instaurado processo criminal contra a paciente. Como testemunhas elencadas no processo estão funcionários do posto que presenciaram o fato e que ajudaram a socorrer-me antes que acontecesse o pior.
Vários o problemas que acontecem no posto é pela negativa dos pacientes em irem aos especialistas dos quais são encaminhados, quando necessário, e quererem que eu lhes receitem remédios sem qualquer parecer ou exame.
E, todos os fatos em que a Prefeitura de Teresina pediu esclarecimentos, foram devidamente respondidos e apurados, portanto não existe qualquer motivo para que eu seja afastada do meu local de trabalho. Sempre ajo com ética e disciplina assumindo minhas responsabilidades como pessoa e como profissional.
Hoje são os médicos que trabalham sob situação precária, ficando sujeitos à situações oriundas da falta de segurança nos postos de saúde e hospitais da cidade. E esse sim, é um problema recorrente e que vem sido pedido providência há muito tempo e o poder público não apresenta nenhuma solução.

fonte 180graus.com