Com greve dos bancários, dinheiro nos caixas pode faltar em duas semanas
Os bancários reivindicam um reajuste salarial de 16%, além de melhorias nas condições de trabalho, e reforço da segurança das agências.
Os bancários iniciaram nessa terça feira (06) uma greve por tempo indeterminado em todo o país. Em Teresina, a maioria dos clientes que buscaram atendimento nas agências, voltou para casa sem conseguir realizar o procedimento que buscavam.
Fotos: Assis Fernandes/ODIA
Outro problema maior poderá acontecer caso a greve dure mais de duas semanas. Segundo presidente do Sindicato dos Bancários, Arimateia Passos, até lá a população pode ficar tranquila quanto à disponibilidade de dinheiro nos caixas eletrônicos. "A greve foi anunciada há mais de uma semana e eu acredito que os bancos se prepararam. Nesse momento não haverá problema com saques", disse o presidente.
Já em relação aos demais atendimentos, o transtorno teve início logo no primeiro dia da greve. Teodomiro Leal (foto abaixo) saiu da cidade de Itainópolis, localizada a 360 km da capital, para tentar realizar um depósito financeiro, em uma agência do Centro de Teresina. Ao buscar atendimento, foi surpreendido com o início da greve, e não conseguiu entrar na agência. “Me encaminharam para os Correios para tentar resolver esse problema lá. Ficamos em uma situação ruim, porque precisamos do serviço oferecido pelos bancos, durante a greve fica complicado para fazer esse tipo de movimentação”, relatou Teodomiro.
A dona de casa Joana Cardoso também não conseguiu ser atendida na manhã dessa terça-feira. Ela foi ao Banco do Brasil, acompanhar o andamento de um pedido de empréstimo que realizou, para financiar o primeiro empreendimento da família. “Sem greve o atendimento já é precário, com a greve ele fica ainda pior. Entendo que os bancários precisam reivindicar os seus direitos, mas a população também precisa utilizar os serviços dos bancos. Só nos resta esperar, e torcer para que essa greve seja encerrada o mais rápido possível”, comentou a dona de casa.
A recomendação do Sindicato é que, durante o período de greve, a população procure os canais alternativos para atendimento, como agências dos Correios, Casas Lotéricas, e terminais de Autoatendimento. “Pedimos o apoio da população. É um momento difícil para todos que dependem dos bancos. Por isso, recomendamos a utilização desses canais alternativos”, completa Arimateia Passos.
Os bancários reivindicam um reajuste salarial de 16%, além de melhorias nas condições de trabalho, e reforço da segurança das agências. As negociações começaram ainda no mês de agosto, mas sem grandes avanços. A proposta de 5,5% de reajuste, oferecida pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) não agradou os bancários, que decidiram deflagrar greve.