quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Jurado passa mal e julgamento de Correia Lima é suspenso


Jurado passa mal e julgamento de Correia Lima é suspenso

Advogado alega que juiz está sendo tendencioso na condução do julgamento.

O julgamento do ex-coronel Correia Lima, referente à morte do Cabo Honório, foi suspenso definitivamente no início da tarde depois que um dos jurados passou mal. Segundo o juiz Antonio Noleto, a decisão foi tomada após a orientação médica. "A pressão arterial dele chegou a 16 por 9", explica o juiz.

Júri fica do lado esquerdo do auditório e é formado por sete pessoas (Foto: Elias Fontenele/ODIA)
O jurado era composto por seis homens e uma mulher. Eles poderiam fazer perguntas às testemunhas, assim como o juiz, o promotor e os advogados. Após ouvirem todos os depoimentos, o júri seria responsável por dizer se o ex-coronel era acusado, ou não, da morte do cabo Honório. 
Uma nova data para a retomada do julgamento ainda não foi definida. 
A tensão aumentou entre o juiz Antonio Noleto e o advogado do ex-coronel Correia Lima, Wendell Oliveira, durante o depoimento do delegado Francisco Paulo Marques, que coordenou o inquérito sobre a morte do Cabo Honório. O questionamento era sobre a oportunidade para que os jurados fizessem perguntas. A defesa reclamou que o juiz não deu a fala para os jurados, enquanto o magistrado alega que deu, mas não houve interesse deles em se pronunciar. 
A defesa ameaçou abandonar o júri, alegando que o juiz está agindo de forma tendenciosa na condução do julgamento. O advogado Wendell Oliveira afirma que Antônio Noleto está indeferindo todos os pedidos da defesa, enquanto defere todos os da acusação. 


Já o promotor de acusação Márcio Giorgi Carcará diz que a condução do julgamento está sendo da forma mais correta e que o Ministério Público vai sustentar na sua tese, com base nas provas testemunhais e periciais, que asseveram que o crime foi praticado de forma cruel para evitar que fossem descobertos crimes praticados pela organização liderada por Correia Lima.
Começou as 9hs desta quinta-feira (01) o julgamento do ex-coronel José Viriato Correia Lima que é acusado de matar o Cabo Honório Rodriques, em 1988. A vítima foi morta com um tiro de escopeta e o corpo foi abandonado em um terreno debaixo da ponte sobre o rio Parnaíba.

Juiz do Tribunal do Júri, Antônio Noleto (Foto: Elias Fontenele/ODIA)
A primeira testemunha a ser ouvida foi a antiga namorada do Cabo, Magnólia Pereira da Cruz. Ela respondeu as perguntas do juiz Antônio Noleto e dos advogados de forma vaga. Magnólia Pereira afirmou que o relacionamento foi curto, durou menos de dois meses. Disse ainda que as informações que ela tem sobre o crime são aquelas que ela ficou sabendo por outras pessoas.
No depoimento, a testemunha relatou que ouviu falar que o Coronel Correia Lima foi quem matou o Honório, na casa onde eles moravam. Mas Magnolía não soube dizer se o Coronel estava na casa no momento do crime e quem mais estaria.
Magnólia afirmou também que não conhecia Correia Lima. O então namorado não falava nada sobre a relação e os negócios que tinha com o acusado. Ela acredita que eles eram muito próximos. Disse ainda que ouviu dizer que o Cabo sabia muito sobre a atuação do Coronel e que a morte teria sido por queima de arquivo.
A testemunha falou que ouviu essas informações nos depoimentos que já prestou, quatro no total, e que sempre ouve falar sobre a mesma coisa.
A defesa sustentou a tese que a testemunhas não sabe de nada sobre o caso e, portanto, as informações não servem para serem usadas em uma condenação.

Caso Castelinho
Na quinta-feira passada (24), o ex-coronel José Viriato Correia Lima, a professora Ana Zélia Correia Lima Castelo Branco e do policial militar da reserva Francisco Moreira do Nascimento foram julgados pela morte do engenheiro José Ferreira Castelo Branco, conhecido como Castelinho, em 1999.  
A vítima foi morta quando fazia caminhada numa rua do bairro Horto Florestal, na zona leste de Teresina.
O ex-coronel e a professora, que era esposa de Castelinho, foram considerados os autores intelectuais do crime, enquanto o soldado da PM foi o executor. Juntas, as penas dos três réus somam 55 anos e seis meses. Correia Lima foi condenado a 25 anos em regime fechado.

fonte portal o dia