quinta-feira, 10 de março de 2016

Desembargadora diz que cheque em sua conta era da venda de boizinhos


Desembargadora diz que cheque em sua conta era da venda de boizinhos

Acusada de vender sentença, a desembargadora aposentada Rosimar Leite Carneiro afirmou que um cheque de terceiros que entrou em sua conta teria sido proveniente da venda de 'uns boizinhos'. Ela participa, neste momento, no Tribunal de Justiça, de audiência de instrução e julgamento.

Rosimar foi denunciada pelo Gaeco, do Ministério Público por suposto envolvimento com corrupção no exercício de sua atividade na magistratura. De acordo com a denúncia do Graeco, Carlinhos e Hercules, seriam os responsáveis por intermediar a suposta venda de sentença a pedido de João Assunção.

































Os depoimentos foram tomados na 6ª Vara Criminal de Teresina, pelo juiz Raimundo Holand de Queiroz. A desembargadora aposentada Rosimar Leite disse que o cheque de “Carlim da Paladar”, no valor de R$ 20 mil que apareceu nominal em sua conta, é procedente da compra de “uns boizinhos” que seu marido “Ribamar” negociou com o empresário.

Outro detalhe é que o cheque de “Carlim” saiu da Panificadora Imperatriz, registrada em nome de “Hercules”, homem de confiança do empresário.

“Eu nunca vendi sentença, sempre combati o crime. Essas acusações são todas levianas”, disse Rosimar Leite, em depoimento. Quando abordada pela reportagem do Portal , não quis falar.

“Carlim da Paladar” , “Hercules” e João Assunção, que também figuram como membros da associação criminosa, negaram.

Segundo a denúncia do Ministério Público, o vendedor de ouro João Assunção teria procurado Carlim da Paladar e negociado a compra de uma sentença em um processo que ele tinha contra o Banco Itaú. A sentença acabou sendo dada em uma tarde de sexta feira e cumprida pouco tempo depois em um valor que chega a quase a R$ 1 milhão, sob ameaça de polícia e prisão.

Em seguida, João Assunção transferiu parte do dinheiro para “Carlim da Paladar”. No depoimento, João disse que botou o dinheiro na conta do empresário porque devia uns bois a ele.

Ainda na sequencia, “Carlim da Paladar” emitiu cheque nominal a Rosimar Leite. O cheque foi assinado pelo seu funcionário Hercules, dono da Panificadora Imperatriz. Mesmo essa padaria nunca tendo funcionado (segundo ainda a denúncia), fazia movimentação financeira. “Carlim” justificou que era pelo fato de estar se separando de sua ex-esposa.

Promotor de Justiça Plínio Fontes, que acompanhou as audiências, na manhã desta quinta-feira (10/03),  disse ao Portal que a sentença foi cumprida em uma sexta-feira e logo na segunda emitido o cheque em nome da desembargadora (hoje aposentada).

No mesmo rastreamento bancário, fica comprovado que o beneficiado pela decisão judicial, depositou parte do dinheiro para “Carlim da Paladar”, que também emitiu cheque em favor de Rosimar Leite.

Para explicar o motivo pelo qual o cheque estava em seu nome, Rosimar disse que o marido dela “Ribamar” não tem conta corrente. “Foi um negócio dele com o senhor Carlos”.

O caso foi investigado pela Polícia Civil depois que o advogado Edivaldo Lobão, que defendia João Assunção, resolveu denunciar.
O advogado Nazareno The, contratado para defender Rosimar Leite, disse que “tudo isso é trama do Lobão. Ele deve ter ficado insatisfeito com o valor que recebeu e fez tudo isso. Mas, ela vai provar inocência e vem muitos processos por ai”, disse Thé, falando a reportagem do Portal.

fonte portal az