Polícia revela nomes e mostra como funciona esquema em fraude a concursos
No TJ, 27 pessoas foram identificadas como participantes do esquema. Entre eles estão dois advogados, um estudante de medicina e um policial civil.
O Grupo de Repressão ao Crime Organizado revelou os nomes das 28 pessoas que foram presas nesta quinta-feira (10) na Operação Veritas. A polícia revelou também como funcionou o esquema de fraude aos concursos do Tribunal de Justiça do Piauí, da prefeitura de Capitão de Campos, bem como do TRE e da Secretaria de Educação do Maranhão. Foi identificado o envolvimento de 50 pessoas com a quadrilha.
O esquema descoberto pelo Greco mostra que oito integrantes são os organizadores da fraude. Segundo o delegado Kleydson Ferreira, uma parte da quadrilha fazia as provas e a outra era responsável por repassar os gabaritos aos candidatos que tivessem comprado.
Entre os envolvidos no núcleo do esquema está o estudante de medicina, Sávio de Castro Leite, de Campo Maior. “Ele era um dos que fazia a prova”, disse o delegado. Os outros líderes foram identificados como Carlos Santiago, Cristian Santiago, Marcelo Freire, Francisco das Chagas, Gabriel Alves, João Neto e Josué Modesto.
Delegado Kleydson Ferreira, que presidiu o inquérito (Foto: Maria Clara Estrêla/O Dia)
Ao todo, de acordo com o Greco, 27 pessoas pagaram pelo gabarito do concurso do TJ, entre elas os advogados Evilásio Rodrigues de Oliveira e Maryna Rodrigues de Oliveira Cortez, bem como o policial civil Pedro Paulo Silva de Azevedo. No concurso da prefeitura de Capitão de Campos, duas pessoas compararam o gabarito. E no concurso do TRE Maranhão, 10 candidatos fraudadores foram identificados.
O coordenador do Greco, delegado Carlos César, informou que foram presas três pessoas ligadas a uma faculdade de Piripiri - identificadas como Maria de Fátima, Madeira Neto e Thaís Regina - também integram o esquema. “Eles são responsáveis por conseguir diplomas de curso superior e de pós graduação”, disse o delegado.
A polícia não deu detalhes sobre os valores que eram pagos pelos gabaritos. O coordenador do Greco informou que depoimentos ainda estão sendo colhidos. “Estamos apurando essas informações. Hoje pela manhã, duas mulheres oram ouvidas e confirmaram ter adquirido as respostas”, disse Carlos César.
Em entrevista ao Portal, o delegado Kleydson Ferreira afirmou que não há como garantir que todos os envolvidos foram presos e que a decisão sobre anulação não cabe à Polícia Civil. “Isso fica a critério da organizadora do concurso e do Tribunal de Justiça. Estamos em contato direto com os organizadores e vamos enviar um relatório com o resultado do inquérito”, disse o delegado.
A assessoria de comunicação da FGV informou que o certame está mantido e que a Operação Veritas reforça a teoria de que a fraude foi apenas tentada. O Portal não conseguiu contato com o TJ.