Homicídios no Promorar caem, mas população diverge sobre segurança
Os crimes de menor potencial ofensivo, como roubo de celulares e assalto a casas e comércios, continuam a assustar os moradores.
Três anos após a primeira intervenção da Polícia na região do bairro Promorar, na zona Sul de Teresina, a PM registrou uma queda significativa do número de homicídios na região. Em 2014, foram registrados até 30 homicídios em um mês e agora, em 2016, as ocorrências giram em torno de 3 a 4 homicídios mensais. Porém, os crimes considerados de menor potencial ofensivo, como roubo de celulares e assalto a casas e comércios do bairro, continuam a assustar os moradores.
Localizado entre várias vilas, o Promorar enfrentou uma grande onda de violência em 2013, com muitos assassinatos entre rivais de gangues dessas vilas. A maioria dos crimes era ligada também ao tráfico de drogas. No dia 17 de novembro daquele ano, um traficante baleou Maria da Paz de Almeida, de 42 anos. A vítima teve sua residência invadida porque os traficantes buscavam vingança, acreditando que ela tinha denunciado, à Polícia, uma boca de fumo da região.
Região chegou a registrar 30 homicídios por mês (Foto: Assis Fernandes/O Dia)
Na época, o então secretário de Segurança, Robert Rios Magalhães, decidiu realizar uma intervenção no bairro, dando cumprimento a dezenas de mandados de busca e apreensão. Foi a chamada “Operação Promorar”, com a presença do comandante da PM da época, coronel Gerardo Rebelo. Cerca de 160 policiais militares, além de policiais civis, abordaram as pessoas e conseguiram inibir a violência na região.
E, ontem (8), a reportagem de ODIA ouviu moradores do Promorar que confirmaram que as mortes caíram, mas isso não significa que o bairro está mais seguro. “Assalto aqui é toda hora. Levam bolsa e celular de quem está passando na rua, invadem as casas, arrombam comércio. Ninguém está seguro”, afirma a dona de casa Maria Barros de Carvalho.
A mesma opinião é compartilhada pelo serralheiro Adilson Félix, que mora no Bela Vista, mas trabalha no Promorar há 30 anos. “A PM até faz ronda no bairro, mas os bandidos esperam a Polícia passar para assaltar, isso é comum aqui”, conta.