Teresina é a capital do Nordeste com maior número de devedores
A redução dos rendimentos dos trabalhadores, juntamente com empréstimos, tem levado ao aumento do peso das dívidas no orçamento familiar
Uma pesquisa realizada pelo Serasa e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) mostrou que uma parcela enorme dos brasileiros que não conseguiram pagar as contas em dia, foi bem maior do que a população das cidades de Brasília e Salvador. A maioria dessas pessoas é da classe "C", a que mais cresce no país.
Teresina foi revelada surpreendentemente a capital do Nordeste com o maior número de inadimplentes. São 62,7% das famílias que vivem na capital e que estão endividadas, desse total, 6,9% não tinham condições de pagar as dívidas e 83% dos casos o vilão era o temido cartão de crédito. O índice apresentou um aumento em relação com o mesmo mês do ano anterior.
As dívidas mais comuns estão entre cheque pré-datado, cheque especial, cartão de crédito, empréstimo pessoal e carnê de loja. De acordo com o especialista em Direito Tributário, Leonardo Airton Soares, as condições estão menos favoráveis para manter as contas em dia. “A redução dos rendimentos dos trabalhadores, juntamente com empréstimos, tem levado ao aumento do peso das dívidas no orçamento familiar, bem como a noção da família em relação ao débito”, esclarece.
Os dados que também fazem parte de um relatório divulgado recentemente pela Corregedoria do Tribunal e Justiça do Piauí mostram que o pagamento de muitas dessas dívidas acabam sendo cobrado judicialmente e com base na pesquisa o judiciário quer promover ações de proteção ao consumidor que não tenham feito dívidas de má fé e que desejam fazer acordos para ter o nome limpo novamente.
Para Leonardo Airton, não é muito difícil à situação se reverter e saldar o déficit. Só que é preciso um planejamento, uma disciplina financeira e saber realmente controlar o dinheiro e reduzir gastos. “Na maioria dos casos é possível ter o abatimento dos juros, dilatação do prazo e de repente, até mesmo a diminuição da dívida. Basta ambas as partes entrarem em acordo”, concluiu o especialista.