Detento é morto com perfurações em banheiro e sindicato inicia greve
O detento Lourival Borges de Sousa foi morto com várias perfurações dentro do banheiro de uma cela no pavilhão B da penitenciária Irmão Guido. O assassinado ocorreu por volta das 15h deste domingo (13). De acordo com Vilobaldo Carvalho, diretor jurídico do Sinpoljuspi, a morte seria em vingança a execução de outro detento na penitenciária Luiz Gonzaga Rebêlo em Esperantina e seria resultado de uma disputa entre facções criminosas que tem ganhado força dentro do Sistema prisional.
"Ele é um dos acusados de ter participado do homicídio em Esperantina e supomos que seja alguma vingança porque quem teria mandado seriam os rivais de Campo Maior. Ele foi morto no banheiro do pavilhão e seu corpo foi jogado no pátio após o banho de sol", contou Vilobaldo.
Segundo o diretor, a situação preocupa pois a disputa entre as facções tem se espalhado pelos presídios e a situação reforça ainda mais a preocupação dos agentes que trabalham no local. "A situação é tensa e iremos paralisar por tempo indeterminado pois estamos sem condições", garantiu o diretor.
Entenda a disputa
O presidente do sindicato, José Roberto Pereira, explica os motivos da rivalidade. “Os detentos de Campo Maior tem uma briga com os detentos de Esperantina. Eles se intitulam PCM (Primeiro Comando de Campo Maior) e PCE (Primeiro Comando de Esperantina). O PCM havia tentado matar um do PCE semana passada e o PCE se vingou matando o Juliano, que é de Piracuruca, mas aliado dos presos de Campo Maior”, alertou o presidente do sindicato na época da morte de Juliano dos Santos Melo, de 25 anos dentro da penitenciária de Esperantina.
Greve
Segundo Vilobaldo o movimento grevista acordado pelos agentes em assembleia está mantido e começa nesta segunda-feira (14) por tempo indeterminado. De acordo com o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí (Sinpoljuspi), a paralisação foi motivada porque o governo do estado não cumpriu o compromisso firmado de enviar à Assembleia Legislativa dois projetos de lei acordados em reunião com a categoria.
“Os pontos que foram acordados e assinados pelo secretário da Justiça Daniel Oliveira e da Administração e Previdência Franzé Silva são o que cria a gratificação das chefias para agentes que exercem funções de confiança e a criação de vagas dentro da carreira para no futuro propiciar ao agente uma promoção. Sem as vagas não pode haver promoção e o governo com isso trava as promoções dos agentes penitenciários e também os enquadramentos de servidores que estão no Palácio de Karnak, mas mesmo assim o governador Wellington Dias descartou e com isso o governo empurrou a categoria para o movimento grevista”, disse o presidente do sindicato José Roberto Pereira.
Durante o movimento grevista todos os agentes penitenciários comparecerão aos seus locais de trabalho e cumprirão rigorosamente as atividades internas, porém ficarão suspensas atividades externas como visitas a presos, escoltas para audiências e recebimento de presos.