Maternidade Wall Ferraz já sofre com falta de vagas
Bebês prematuros que necessitam de tratamento intensivo aguardam por uma vaga na Unidade de Cuidados Intermediários, na maternidade do bairro Dirceu
Maternidade opera com a capacidade máxima
A Maternidade Wall Ferraz, mais conhecida como CIAMCA, localizada no bairro Dirceu Arcoverde, já está operando com sua capacidade máxima, sempre com todos os seus leitos lotados. Alguns bebês que necessitam de assistência na Unidade de Terapia Intensiva UTI - neonatal estão aguardando a liberação de uma vaga, internados na Unidade de Cuidados Intermediários (UCI). Apesar dos problemas de lotação, a boa qualidade dos serviços oferecidos sempre é ressaltada pelos pacientes.
Arlete Ferreira Miranda, do município de Altos, teve um parto prematuro há um mês e meio. O bebê ainda permanece na UTI Neonatal da maternidade. “Eu vejo pessoas de todas as partes chegando e não tem vagas de jeito nenhum, além disso, coincide com o nascimento de muitos bebês prematuros. Meu filho nasceu com seis meses e meio e já está há mais de um mês aqui na UTI Neonatal. Não sei ainda quando ele terá alta, mas já tem outros bebês entubados no berçário esperando uma vaga. Mas, tenho que reconhecer que a equipe da maternidade não deixa nenhum bebê ou mãe sem assistência”, disse.
A mãe Keila Ferreira veio de Parnaíba para ser atendida em Teresina e só encontrou vaga no Ciamca. Ela também teve um parto prematuro e já está há um mês com o bebê internado na UCI em observação. “Mesmo com maternidade lotada, acredito que recebemos um ótimo atendimento”.
A diretora geral da maternidade, Maria de Jesus Mousinho, defende que o problema da lotação não é pontual e ocorre em todo o Piauí. Ela anunciou que a Maternidade Wall Ferraz tem um projeto pré-aprovado junto ao Ministério da Saúde que prevê reforma e ampliação da maternidade.
A diretora acrescentou que há um esforço de toda a equipe para manter o atendimento necessário dentro das capacidades. “Temos médicos 24 horas, inclusive neonatologistas e contamos com apoio grande da Fundação Hospitalar de Teresina”, pontuou a diretora geral Maria de Jesus.
Francisca das Chagas da Costa, que auxiliou a entrada da cunhada parturiente na maternidade, relata que a paciente veio transferida da Maternidade Evangelina Rosa, mas recebeu toda a assistência médica necessária, só tendo uma queixa a fazer. “Achei o tratamento das recepcionistas muito ríspido”.
Maternidade ganhará reforma e ampliação de leitos
O projeto de ampliação e reforma da Maternidade Wall Ferraz, recentemente enviado ao Ministério da Saúde, já teve um parecer favorável em parte das propostas e prevê implantação de capacidade acima do dobro do que é hoje.
“No projeto, a maternidade deve ganhar mais 25 leitos obstétricos, 10 leitos de UCI e 10 leitos de UTI Neonatal. Está tramitando e temos a expectativa de que aprovem a outra parte este ano, mas de qualquer forma, a Prefeitura de Teresina já garantiu que cuidará do que for preciso para a reforma da maternidade”.
Atualmente a maternidade conta com 20 leitos obstétricos, sete UTIs neonatais e cinco leitos de UCI. O estabelecimento conta com o cantinho das mães, local onde são abrigadas as mulheres que vêm de fora e precisam acompanhar seus recém-nascidos internados. “No cantinho nós acolhemos essas mães. Elas recebem roupa lavada, refeições, lanches, dormitório, além de receberem palestras e participarem de rodas de conversa sobre cuidados com elas mesmas e com os bebês”, disse a diretora da maternidade.
Prefeitura está construindo Centro de Parto Normal
Já estão em andamento as obras do novo Centro de Parto Normal, que ocupará o lugar da antiga Maternidade do Buenos Aires, zona Norte de Teresina. As novas instalações terão 1.200 metros quadrados e devem contar com 38 leitos, sendo 26 deles obstétricos, sete leitos de enfermarias neonatais, cinco para pré-parto, parto e pós-parto, além de espaços adaptados para mães com necessidades especiais.
O investimento total é de R$ 1.246.894,73, com recursos da parceria entre Prefeitura de Teresina e Governo Federal.
O Centro de Parto Normal garantirá apoio para a demanda de toda a capital, com atendimento inteiramente humanizado. A reforma foi iniciada no início de março e o prazo de entrega é setembro de 2014.
Além da nova proposta de assistência a gestantes e recém-nascidos, o CPN garantirá o cumprimento da lei do acompanhamento com uso das enfermarias e investirá no treinamento especializado dos profissionais.