Polícia desvenda "irmandade homofóbica" e divulgará nomes durante coletiva
A Delegacia Especializada de Repressão às Condutas Discriminatórias desvendou a denúncia sobre a existência de uma irmandade homofóbica que estaria ameaçando homossexuais em Teresina. O delegado geral James Guerra informou que as pessoas já foram identificadas e os nomes serão divulgados durante coletiva ao meio dia desta terça-feira (5).
“Houve uma pessoa que realizou a postagem e outras que compartilharam. Já temos os nomes e o autor do crime”, afirmou James Guerra.
As ameaças começaram em fevereiro deste ano, quando um bilhete, supostamente assinado pelo grupo “Irmandade Homofóbica”, começou a circular por Teresina incitando a violência contra homossexuais. Em março, uma nova imagem foi compartilhada nas redes sociais com ameaças diretas à coordenadora do Grupo Matizes, Marinalva Santana.
A Polícia Federal também abriu inquérito para apurar o caso.
Prisão no Paraná
No estado do Paraná, o Núcleo de Combate aos Cibercrimes da Polícia Civil de Curitiba (PR) identificou o autor de ameaças contra o militante LGBT (Lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais) denunciado pela Ouvidoria e pelo Disque 100 em setembro de 2012.
Investigação durou cerca um ano e meio e foi feita a partir de denúncias à Ouvidoria e ao Disque 100. O autor foi preso e depois liberado, após pagar fiança.
A investigação está a cargo do delegado Sebastião Escórcio, titular da Delegacia Especializada de Repressão às Condutas Discriminatórias, que irá divulgar o resultado do inquérito policial. O suspeita que seria um empresário com perfil no Facebook estaria produzindo o material e outros compartilhando.
“É inaceitável que este tipo de grupo continue aterrorizando os homossexuais de Teresina. Nosso trabalho é cobrar das autoridades providências para que isso não fique impune”, afirma Marinalva Santana.
“Repudiamos qualquer tipo de violência, por isso, estamos nos articulando com o Poder Público para que esses criminosos sejam presos o mais breve possível”, finaliza.
Caso Brenda Vitória
O delegado geral ressaltou que o crime da travesti Makelly Castro, encontrada morta no último dia 18 de julho, na zona Sul de Teresina, não tem relação com a agressão a travesti Brenda Vitória.
James Guerra ressaltou que no levantamento da polícia não existe a confirmação de um “serial killer” atuando em Teresina. “O que existe são crimes isolados e com motivações diferenciadas”, disse James Guerra.