quarta-feira, 6 de julho de 2016

Moradores do bairro Pedra Mole fazem novo protesto contra transtornos de obra


Moradores do bairro Pedra Mole fazem novo protesto contra transtornos de obra

Obra na Avenida Josué de Moura Santos iniciou há cerca de quatro meses e até agora não foi concluída, causando transtornos à população.

Moradores dos bairros Nova Teresina e Pedra Mole fizeram um novo protesto na tarde desta quarta-feira (6) contra os transtornos provocados pela obra de alargamento e colocação de asfalto na Avenida Josué de Moura Santos, que está orçada em torno de R$ 7 milhões.
Há duas semanas os moradores já haviam realizado protestos cobrando mais celeridade na obra, e desde então a empresa responsável colocou asfalto num trecho de aproximadamente um quilômetro, faltando ainda pavimentar cerca de três quilômetros.
Moradores reclamam da lentidão da obra. Excesso de poeira tem provocado acidentes e causado doenças respiratórias em inúmeras pessoas (Fotos: Elias Fontinele / O DIA)
Para chamar a atenção da Prefeitura, os manifestantes fizeram barreiras nos dois lados da extensão que ainda não foi asfaltada. Para impedir a passagem de veículos, eles colocaram fogo em troncos de árvores e em pneus.
Daniel Pereira dos Santos, presidente da Associação de Moradores do bairro Pedra Mole, afirma que inúmeras pessoas estão apresentando problemas respiratórios. Além disso, as residências estão ficando extremamente sujas e não é possível sequer lavar roupas por conta do excesso de poeira.
"A empresa largou a gente, e nós estamos sofrendo com toda essa poeira. Idosos e crianças estão adoecendo, e a gente não aguenta mais. Por isso resolvemos fazer essas barreiras. A gente quer que eles terminem a obra, porque não podemos ficar nessa situação", afirma Daniel dos Santos.
Os moradores do bairro também relatam que a situação tem provocado inclusive acidentes de trânsito na avenida. 
"Essa obra já vai fazer 120 dias. O prazo para conclusão é de 180 dias, mas ainda tem muito para ser feito, e pelo jeito não vai ser concluído, porque a gente cobra da Prefeitura, cobra da construtora, e a construtora alega que não está recebendo os repasses. O resultado é isso, o povo inalando poeira o dia inteiro. Tem muitos adultos, crianças e idosos doentes, alguns até com pneumonia. Uma dona de casa faz uma faxina pela manhã e quando é à noite já está tudo cheio de poeira", afirma Gilvan Santos Pereira, presidente da Associação de Moradores do Residencial Prado Júnior, no bairro Nova Teresina.
Quando os moradores realizaram os primeiros protestos, o titular da Superintendência de Desenvolvimento Urbano (SDU) da região Centro/Norte, João Pádua, informou, por meio de sua assessoria, que a pasta iria providenciar a colocação de borra asfáltica no trecho ainda não asfaltado. Seria uma medida paliativa, para amenizar o excesso de poeira enquanto a obra não fosse concluída. Duas semanas depois, porém, essa providência ainda não foi realizada.
"O pior é que deixaram sem asfalto o trecho da avenida onde mais tem habitantes. Pavimentaram primeiro o local onde só tem fazendas, ou seja, beneficiando os ricos e poderosos, que são amigos deles, e deixaram a população mais pobre nessa situação lamentável. A construtora diz que não está recebendo. A Prefeitura diz que está fazendo a parte dela, mas se estivesse mesmo a gente veria operários trabalhando neste momento, e nós não estamos vendo isso. Enquanto não esse problema não for resolvido nós não vamos parar de fazer protesto", afirma Odinael Abreu dos Santos, presidente da Associação dos Moradores do Residencial Inglaterra.
Superintendente alega dificuldades financeiras da Prefeitura
Em entrevista a O DIA na noite desta quarta-feira, o superintendente da SDU Centro Norte afirmou que a execução da obra ocorre em ritmo lento por conta de dificuldades financeiras que a Prefeitura de Teresina vem enfrentando. Todavia, ele reitera que a empreitada está dentro do prazo, e que sua conclusão deve ocorrer até o final de agosto.
"O que está acontecendo é que a gente está tendo dificuldades financeiras. A Prefeitura teve uma queda no Fundo de Participação dos Municípios [FPM], e aquela obra é feita com recursos próprios. A gente não está tendo o fluxo financeiro esperado, mas a gente está fazendo um esforço para normalizar a obra. Já pagamos uma parte do serviço e em breve vamos pagar o restante [...] São, no total, oito quilômetros. A terraplanagem foi feita em todos esses oito quilômetros. A pavimentação asfáltica é que não está completa", afirma João Pádua.
fonte portal o dia