Candidatos forjam denúncias para desviar atenção da polícia
Para evitar que essas práticas tenente-coronel Wagner Torres sugeriu que as denúncias no dia das eleições sejam formalizadas
Uma prática recorrente no dia das eleições municipais são as falsas denúncias feitas por candidatos, com o intuito de desviar a atenção da polícia e ficar livre de fiscalização para praticar crimes eleitorais. O assunto foi tratado na tarde desta sexta-feira (05), durante uma reunião com juízes eleitorais, servidores do TRE e representantes das forças de segurança do Estado.
Segundo o tenente-coronel da Polícia Militar, Wagner Torres, o desvio de policiais é uma estratégia dos candidatos para não serem flagrados. “As pessoas chegam dizendo que está ocorrendo algum crime eleitoral, mas quando vamos averiguar, nada existe”, disse o policial.
Foto: Elias Fontinele/ODIA
Presidente do TRE, desembargador Joaquim Santana, diz a eleição municipal é sempre mais trabalhosa
Um dos participantes da reunião lembrou um caso ocorrido no interior do Piauí, em eleição passada. “A mulher denunciou um suposto crime eleitoral, mas o tenente-coronel Márcio Oliveira percebeu que havia algo errado. Ele decidiu mandar uma equipe no local da denúncia e outra até onde estava a denunciante, onde flagrou uma entrega de cestas básicas”, contou o homem.
Para evitar que essas práticas atrapalhem a fiscalização, o tenente-coronel sugeriu que as denúncias no dia das eleições sejam devidamente formalizadas. “Quem tiver alguma informação teria que assinar. Não deveríamos aceitar só a fofoca”, disse Torres.
Segundo o presidente do TRE, desembargador Joaquim Santana, a eleição municipal é sempre mais trabalhosa devido à proximidade dos candidatos com a população. “A fofoca é maior, então fica um adversário denunciando o outro para criar confusão”, comenta.
Ele acredita que a ideia exigir a formalização das denúncias de crimes eleitorais iria reduzir os trotes. “Quando alguém assina a denúncia vai estar assumindo a responsabilidade”, destaca o desembargador.
