Governo anula concurso para vagas de soldado do Corpo de Bombeiros
O certame foi realizado em 2014 e o Greco por meio de inquérito policial constatou fraude por parte de candidatos
O Governo do Piauí anulou o concurso para vagas de soldado do Corpo de Bombeiros, que ocorreu em 2014. O secretário de administração, Franzé Silva, em entrevista ao Portal AZ, afirmou que o certame foi cancelado devido à constatação da fraude detectada no inquérito policial instaurado pelo Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco), por meio da Operação Vigiles.
“No mesmo certame foram ofertadas vagas para oficiais, mas não houve indícios de fraudes, então, permanecem válidas. Já o parecer do Greco comprovou que um grupo de candidatos para as vagas de soldados estava envolvido em atos ilícitos relacionados ao concurso”, afirmou.
Os candidatos classificados chegaram a fazer a primeira etapa da formação do curso. “Mas não tínhamos como dar continuidade no processo até a contratação, sendo que havia uma investigação a respeito de fraude. Eles já estavam fazendo treinamento, mas teve que ser suspenso”, ressaltou.
O secretário afirmou que o Nucepe (Núcleo de Concursos e Promoção de Eventos) foi autorizado a elaborar um novo edital para cem vagas. “Quem se inscreveu no concurso passado poderá participar novamente sem pagar a inscrição, ou quem não tiver mais interesse em fazer, poderá entrar com o pedido de restituição do valor cobrado quando se inscreveu no certame anterior”, afirmou o secretário, Franzé Silva.
Operação Vigiles
O Greco deflagrou a Operação Vigiles, em novembro do ano passado, para prender os envolvidos na fraude ao concurso do Corpo de Bombeiros. No total, foram expedidos 36 Mandados de Prisões, 35 Mandados de Conduções Coercitivas e 71 Mandados de Buscas e Apreensões expedidos pelo juiz Luiz de Moura Correia, titular da Central de Inquéritos Policiais de Teresina. A maioria dos mandados foi cumprida na capital, sendo que 30 eram alunos do Curso de Formação do Corpo de Bombeiros.
Os presos na operação policial agiam de forma semelhante à quadrilha presa na operação Veritas, deflagrada em março de 2016, pela fraude ao concurso do Tribunal de Justiça do Estado.
“Uns pagam para serem aprovados, outros ficavam encarregados de estudar cada um uma disciplina. Eles, por sua vez, repassavam o gabarito para os chamados ‘pilotos’ que era quem encaminhava o gabarito completo pelo telefone celular aos candidatos", afirmo o delegado, Kleydson Ferreira.
A banca organizadora do certame, no caso a Nucepe, colaborou com as investigações, identificando os candidatos com gabaritos iguais.