segunda-feira, 15 de junho de 2015

Caminhada da Fraternidade: o povo que crê em Deus e num país melhor


Caminhada da Fraternidade: o povo que crê em Deus e num país melhor

o portal conta sobre 20ª edição do maior evento de fé do Piauí e fala das histórias de quem se beneficia

Depois de duas décadas, chegou a hora de contar a história da 20ª Caminhada da Fraternidade.
Um desafio que a cada ano se renova: encontrar maneiras diferentes de falar da fé e da solidariedade do povo piauiense. Pois desta vez, o portal  decidiu contar esta história olhando pelo lado de quem mais precisa dela: os pacientes atendidos nas entidades que recebem o seu dinheiro. Aquele que você aplicou na hora de comprar seu kit. Dinheiro que transforma a vida de centenas de pessoas como as muitas Marias, Franciscas, Antônias, Joãos, Josés e tantos outros que apostam na sua bondade.
Foram muitos os piauienses que neste domingo, dia 14 de junho, acordaram cedo para tomar café e se aprontar para a Caminhada da Fraternidade. Mais precisamente 70 mil pessoas que foram para o Adro da Igreja São Benedito, de onde partiram em caminhada por cinco quilômetros, até a Universidade Federal do Piauí. Foram de carro, ônibus, carona, caravanas, excursões, de bicicleta, moto ou a pé. Movimentaram suas famílias, os amigos, os vizinhos. Tudo em uma demostração de como é fácil servir. Como é bom servir. E foi com este espírito que seguiu a 20ª edição da Caminhada, que já faz parte do calendário de fé no Estado.
Uma das Marias desta história é a Maria Pereira, que mora no bairro Morada Nova. Ela saiu de casa por volta das 05h30, apressada pois sabia que se perdesse o ônibus poderia se atrasar para a missa. Não queria perder o momento da Eucaristia. No coração, muita fé, e na bolsa um kit com água mineral, frutas, biscoitos e protetor solar. “Todos os anos venho com muita fé para a caminhada, essa é terceira vez que participo e com fé em Deus virei todos os anos daqui para frente”, declarou.
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A outra Maria da nossa história veio da cidade de Pedro II direto para a Caminhada. A viagem de 205 km até a capital chega a ser rápida e compensa a participação pelo quinto ano. Ela traz todo mundo, amigos, família, arrasta quem pode para participar. “É uma alegria muito grande vir para Teresina e participa dessa caminhada linda, saio totalmente renovada e motivada para enfrentar todos os problemas que temos no dia a dia”, disse.
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Teresinha Conceição, de 64 anos, se preparou espiritualmente para a caminhada. Ela acordou às 6h da manhã para se preparar, chamar suas amigas e "passar ali na Vila da Paz e pegar todo mundo". A rotina é a mesma há mais de 10 anos. “Acho muito lindo esse trabalho, é um bem que estamos fazendo para aqueles que precisam tanto de ajuda e essa é uma forma de mostrar e tentar dar uma qualidade de vida melhor pra essas pessoas”, disse sobre doações para as instituições.
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E uma das instituições beneficiadas com esse esforço da dona Teresinha, que compra os kits há mais de 10 anos, é o Lar da Fraternidade, instituição de apoio aos portadores de HIV/AIDS. Hoje 280 pacientes estão sendo atendidos, seja como internos ou em acompanhamento de saúde. Criado em 1995, o centro ampara pacientes independentes de crença religiosa. O Lar oferece qualidade de vida, moradia digna, alimentação equilibrada com acompanhamento dietoterápico, assistência médico-farmacêutica, assistência sócio-psicológica, enfermagem, atividade física, lazer e assistência espiritual cristã. Além de apoio psicológico e outros serviços. As pessoas atendidas recebem ainda os medicamentos anti-retrovirais.
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O projeto é mantido por doações feitas por entidades e principalmente pelos recursos da Caminhada da Fraternidade. Com o dinheiro vindo do evento que ocorreu neste domingo, o Lar poderá ter sua estrutura mantida com a aquisição de alimentos necessários, pagamento de funcionários, pagamento de contas como água, luz, telefone, gás de cozinha, aquisição de combustível e manutenção do transporte, compra de vale transporte para pacientes, entre outros benefícios. “Toda a estrutura da casa é mantida por meio de doações diárias e pelos recursos arrecadados com a Caminhada da Fraternidade”, disse Dona Conceição, farmacêutica do Lar da Fraternidade.
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Os preconceitos e a discriminação são ainda um dos maiores problemas relatados pelos portadores do HIV. O principal desafio é fazer com que as pessoas com AIDS tenham uma vida normal, tanto no ambiente familiar, quanto no trabalho e perante toda a sociedade, priorizando assim, uma vida longa e mais saudável. E é nisso que se concentram os esforços dos colaboradores do Lar da Fraternidade. O auxilio à luta contra o preconceito e na melhoria da qualidade de vida que são desenvolvidas várias atividades no projeto
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Rejane da Silva, 34 anos é do município de Canto do Buriti e está no centro desde 2004 quando descobriu que tinha o vírus do HIV/AIDS. Segundo ela, o que lhe dá conforto e forças para seguir em frente é o apoio que recebe de algumas pessoas que sabem de sua doença e o auxilio do projeto. Mas para ela, a pior parte da doença é não saber quanto tempo lhe resta. "Minha vida mudou 80% para melhor, depois que entrei na casa. Encontrei um novo motivo pra viver e tentar ser feliz mesmo sabendo da doença, eu luto para continuar viva”, declarou para nossa reportagem.
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Marcio de Sousa Brito é do município de Guadalupe e agradece muito pela oportunidade e a chance de ter as portas do Lar da Fraternidade abertas. “Estou muito feliz aqui, só em pensar que não pago nada e não gasto com alimentação já é um grande presente de Deus pra mim. O mais difícil é saber que temos a doença, e o preconceito ainda existe lá fora, mais as poucas pessoas que nos ajudam, são os responsáveis pela razão do nosso viver”, declarou.
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E foi para ajudar estas pessoas excluídas que nasceu a Caminhada, como bem lembra o arcebispo de Teresina, Dom Jacinto Brito, em seu sermão na missa logo cedo. "O lema da nossa vigésima Caminhada da Fraternidade: servir é o nosso caminho! Mais precisamente, são gestos legítimos de fraternidade que unam, segundo as palavras do São João Paulo II sobre a eucaristia. Se apenas fizéssemos o grito da missa, mas não nos inclinássemos como mestre para lavar os pés dos discípulos, nossas eucaristias seriam vazias, careceriam o sentido e sobretudo de legitimidade e, assim, o evangelho nos revela a ligação última entre a celebração da ceia memorial da cruz e abaixar-se para o serviço. Esse local, para nós é significativo, duplamente. Primeiro por ser o centro da nossa cidade... Próximo ao palácio governamental, local nesta praça de muitos encontros e de muitas vozes. Na sessão solene que a Câmara dos vereadores da nossa cidade decidiu realizar no nosso centro paroquial Paulo IV, na semana passada, deu ocasião ao nosso querido padre Tony que coordena esta campanha com tanto zelo e êxito nesses 20 anos, dele relatar mais uma vez, como nasceu esta caminhada: com o clamor de alguém que em outra noite ele gritava; padre, nós também não somos filhos de Deus?".
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Clamor este compartilhado pelos moradores do Lar de Misericórdia. Pensativo, ao conversar com a nossa reportagem, seu João Mendes, de 71 anos, diz ter vontade de trabalhar: "Queria ajudar as meninas a manter a nossa casa". Mas ele não pode. Convive há 5 anos com uma doença que lhe deixa fraco. Ele veio do Pará e hoje troca tristezas e alegrias com Francisco Luis, que confessa a alegria de participar da Caminhada da Fraternidade. “Todas as vezes que vou para a caminhada, me sinto tão agradecido, pois tenho a consciência que é dali que vem o sustendo da nossa casa”, contou bastante empolgado.
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Francisco veio de Parnaíba com Clésio Costa, de 50 anos, mais um dos agradecidos pela solidariedade de quem mantém o Lar de Misericórdia. “Agradeço tanto a Deus, por está aqui nessa casa abençoada”, disse emocionado.
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O Lar de Misericórdia foi inaugurado em 1996 e surgiu com o único propósito de abrigar pessoas carentes que vêm de todos os locais do Brasil em busca de tratamento de saúde em Teresina. O Lar possui infraestrutura para acomodação de 50 pacientes com seus acompanhantes que recebem seis refeições diária, além de auxílio para os encaminhamentos necessários seus tratamento nos hospitais de Teresina. Com os recursos da Caminhada da Fraternidade foi possível a ampliação dos atendimentos no Lar de Misericórdia. Com o dinheiro deu ainda para fazer a reforma da Capela, aquisição de eletrodomésticos e móveis, manutenção da alimentação e do veículo para transporte dos pacientes.
O aumento no número de visitas e de doações aumentaram após a divulgação do Lar de Misericórdia nas ações da Caminhada da Fraternidade. "Nossa profissão aqui envolve muito mais do que a aplicação de técnicas de tratamento, mas também passa pela relação psicossocial entre profissional e paciente. A partir dessa experiência, desenvolvemos a habilidade de escutar e compreender aquilo que o paciente nos diz e não apenas ouvir. Além disso, aprendemos a ter reações individuais de cada paciente ao tratamento e assim respeitar os valores culturais de cada um deles", disse Sebastiana dos Reis, funcionária da casa.
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Ela lembra que cada paciente da ASA (Ação Social Arquidiocesana) fica cerca de 30 dias no Lar, mas tudo depende da enfermidade e do nível de complexidade do tratamento. Alimentação é mantida através de doações e parcerias da ASA com a comunidade. "Ações como essa são fundamentais para a manutenção e o funcionamento do Lar de Misericórdia. Nossa instituição funciona exclusivamente da boa vontade das pessoas que vão para a Caminhada, através de doações e trabalhos voluntários", disse.
E é para estas pessoas, que sofrem com a doença e a falta de atenção, que Padre Tony deseja que os políticos deste país trabalhem. Em entrevista durante a caminhada, ele pediu que os homens de poder coloquem seus trabalhos à serviço do povo, e não de projetos pessoais. "Quem não vive pra servir, não serve pra viver. Quem se enriquece com o dinheiro público, não serve pra ser gente. Nós queremos dá uma lição. Eu não porque sou um pobre cogumelo, mas este povo acredita em Deus e acredita no Brasil melhor. Nós mantemos os trabalhos com os hansenianos e com as pessoas portadoras de Aids, com as pessoas que estão com câncer e não podem se tratar em Teresina, e com meninos e meninas de rua. São muitos os projetos. Nós precisamos de justiça, nós temos muitos políticos sérios, dignos e honestos. Mas temos muitos indignos e desonestos. O que nós precisamos é que todos se coloquem a serviço do povo e não de um projeto pessoal", afirmou.
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Pois servidão é o lema do trabalho do Centro Maria Imaculada, que há 40 anos desenvolve um projeto de fundamental importância no processo de reabilitação do portador de hanseníase, buscando além da cura, o fim do preconceito. Com 23 funcionários a Casa tem infraestrutura completa com laboratório de análise, centro cirúrgico, farmácia, sala de curativos, salas e ginásio de fisioterapia, odontologia e espaços destinados ao atendimento. O projeto possui uma sapataria especializada em calçados com palmilhas fabricadas com material próprio para o uso exclusivo dos pacientes com hanseníase.
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Segundo Maria de Lurdes, uma das coordenadoras do projeto, a Caminhada da Fraternidade trouxe um novo ânimo para o centro, com recursos destinados ao projeto eles conseguiram fazer a reforma da sede, incluindo o Centro Cirúrgico, a aquisição de aparelhos de fisioterapia, além do auxílio financeiro constante para a manutenção de seus serviços. “É uma alegria imensa participar de todos os anos da Caminhada. Acordo cedinho e vou pra avenida muito feliz, pois tenho certeza que ali muitas vidas serão ajudadas”, disse.
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Como bem lembrou durante a caminhada o padre Adão. "É preciso saber para onde vai tudo aquilo que arrecadamos da Caminhada e dizer a você que nós temos o Centro Maria Imaculada, para o qual peço uma salva de palmas. Lembrar que aqui nos estamos ajudando as pessoas com hanseníase e a Arquidiocese de Teresina, através desse centro, aproxima-se da pessoa que sofre de hanseníase. Cada cidadão beneficiado pelo Centro Maria Imaculada é uma vida aliviada, portanto, continue se juntando a nós e a nossa caminhada. Pois caminhar isolado é não colaborar com a igreja missionária. Portanto, parabéns a igreja de Teresina", disse.
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O prefeito de Teresina é um dos que acompanha todos os anos a Caminhada, ao lado da esposa, ele chega vestindo camisa e boné, preparado para seguir a pé pelos 5 quilômetros do Centro da cidade até a zona Leste. "Acho que é importante que nos possamos compreender a simbologia desta Caminhada. É uma demonstração de solidariedade do povo teresinense. A igreja católica adere esse processo para expressar o sentimento. Nossa cidade, ela se formou em algum tempo com pessoas simples, pessoas humildes, pessoas pobres que têm a oportunidade de enfrentar adversidades e aqui esse laço de solidariedade foi se formando. Então, é muito presente esse espirito de fraternidade na nossa cidade. E esse ano nos temos um tema que fala em serviços a terceiros, a irmãos, o que nos leva a uma reflexão que nos não devemos apenas nos preocupar com interesses diretos, imediato. Nós temos que levar em conta o interesse da pessoa que está ao nosso lado, o interesse público, o interesse do bem comum, então, é muito importante esse chamamento", disse.
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Outras autoridades também estiveram presentes na caminhada como o próprio governador Wellington Dias, a vice-governadora Margarete Coelho, os parlamentares federais Silas Freire, Iracema Portella, o deputado estadual Georgiano Neto, as vereadoras Teresa Britto, Terezinha Medeiros, Cida Cardoso, entre outros.
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fonte 180graus.com

JUSTIÇA ordena volta de policiais em 24h após ilegalidade


JUSTIÇA ordena volta de policiais em 24h após ilegalidade

AÇÃO MOVIDA PELO ESTADO: foi estipulado ainda uma multa diária no valor de R$ 5 mil

Em decisão nesta segunda-feira (15/06), o desembargador José James Gomes Pereira decidiu por decretar a ilegalidade da greve dos policiais civis do Piauí, dando prazo de 24 horas para que todos os servidores retornem as suas atividades, caso contrário será aplicado multa diária no valor de R$ 5 mil até o limite de R$ 150 mil. Foi determinado ainda a data para uma possível audiência de negociação entre a classe o o Governo, que será dia 24 de junho às 9h.
Na ação movida pelo Estado, a alegação é que o movimento vem causando graves prejuízos à segurança pública com consequências para a população. Alega ainda que a legislação da categoria não assegura o direito de greve.
Os policiais iniciaram o movimento no dia 2 de junho e nenhuma das partes quer ceder. O Estado alega que não tem como realizar o aumento de forma integral, da forma como foi acordado, e deu a proposta de parcelamento, para não correr o risco de ultrapassar o limite de gastos com a folha de pagamento.
SINPOLPI COMENTA SOBRE A ILEGALIDADE
O Sindicato dos Policiais Civis de Carreira do Estado do Piauí (Sinpolpi) ainda não foi notificado sobre a decretação da greve da categoria pela Justiça do Estado conforme havia solicitado o Governo do Piauí. A informação é do presidente do Sinpolpi Constantino Júnior.
O sindicalista disse ainda que a entidade está convocando uma assembleia geral da categoria para a próxima quarta-feira (17) em frente à Delegacia Geral a partir das 10 horas quando os policiais deverão decidir se mantém ou acabam o movimento de paralisação.
“Foi a categoria quem decidiu pela paralisação e também cabe a ela terminar ou não a greve”, disse Constantino, acrescentando que estas possibilidades serão discutidas durante a assembleia geral.
Para o presidente do Sinpolpi essa discussão é importante porque na decisão que torna a greve ilegal, o desembargador James Pereira também marcou para o próximo dia 24 uma audiência de conciliação entre os representantes dos policiais e do Governo no próprio TJ-PI.

fonte 180graus.com