Houve 111 mortes por causa indeterminada no PI em 2015
Atlas da Violência evidencia que homicídios podem ser bem maior que o propagandeado
MUITOS HOMICIDAS PODEM...
ESTAR LIVRES
- “Nos países desenvolvidos, geralmente as mortes violentas indeterminadas representam um resíduo inferior a 1% do total de mortes por causas externas”, diz estudo. No Brasil chegou a 9%
ESTAR LIVRES
- “Nos países desenvolvidos, geralmente as mortes violentas indeterminadas representam um resíduo inferior a 1% do total de mortes por causas externas”, diz estudo. No Brasil chegou a 9%
- Evolução desse tipo de classificação de mortes aumentou 109,4% em 10 anos no Piauí. Se em 2005 ocorreram 33, em 2015 elas chegaram a 111.
No Atlas da Violência 2017, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), há um dado um tanto preocupante, também não divulgado pela Segurança Pública do Piauí em suas acanhadas divulgações sobre a violência no estado.
Ao todo, em 2015, existiram 111 casos de morte por causa indeterminada. E o que são estas mortes? Explica o documento:
“As mortes violentas com causa indeterminada são assim classificadas quando o óbito se deu por causa não natural, ao mesmo tempo em que os profissionais envolvidos no sistema de informações sobre mortalidade (isto é, médicos legistas, gestores da saúde, policiais, incluindo peritos criminais, etc.) não conseguiram informar a motivação primeira que desencadeou todo o processo mórbido”.
Ainda segundo o estudo, “nos países desenvolvidos, geralmente as mortes violentas indeterminadas representam um resíduo inferior a 1% do total de mortes por causas externas. Isto ocorre, pois nesses lugares se reconhece a importância de se descobrir as causas que levaram o indivíduo a óbito, como elemento fundamental para evitar novas mortes futuras”. No Brasil chega a 9%.
HOMICÍDIOS TRAVESTIDOS DE MORTES DESCONHECIDAS
Um dos responsáveis pelo estudo do Ipea, Daniel Cerqueira, “identificou o crescimento dessas mortes não esclarecidas, a partir de 2007, em alguns estados, e concluiu que, em média, 73,9% dessas eram na verdade homicídios classificados erroneamente, decorrentes muitas vezes das falhas de compartilhamento de informações entre as organizações que compõem o Sistema de Informação sobre Mortalidade”, acrescenta o documento.
Um dos responsáveis pelo estudo do Ipea, Daniel Cerqueira, “identificou o crescimento dessas mortes não esclarecidas, a partir de 2007, em alguns estados, e concluiu que, em média, 73,9% dessas eram na verdade homicídios classificados erroneamente, decorrentes muitas vezes das falhas de compartilhamento de informações entre as organizações que compõem o Sistema de Informação sobre Mortalidade”, acrescenta o documento.
Ou seja, o número de homicídios no Piauí pode ser bem maior do que o propagandeado pela própria Polícia Civil.
AUMENTO DE 109,4%
A evolução desse tipo de classificação de mortes não naturais aumentou 109,4% em 10 anos no Piauí.
A evolução desse tipo de classificação de mortes não naturais aumentou 109,4% em 10 anos no Piauí.
Se em 2005 ocorreram 33 mortes por causa indeterminada, em 2015 elas chegaram a 111.
Uma das consequências seria a de que muitos homicídios não estariam sendo investigados.
