Moradores denunciam que falta água no Jacinta Andrade há mais de 3 meses
Ocupações irregulares fazem ligações clandestinas e impedem a passagem de água para uma parte do conjunto.
Das 173 quadras do Conjunto Jacinta Andrade, zona Norte, 15 estão com problemas de abastecimento de água. Os moradores denunciam que estão passando por muitas dificuldades, visto que falta água o dia todo e não eles têm como fazer as necessidades básicas, como beber, banhar e cozinhar.
Foto: Assis Fernandes/ODia
O vigilante Rodrigo Vieira é morador do Jacinta Andrade e denuncia essa situação. Ele avisa que pensa em abandonar o Conjunto porque tem um filho recém nascido e falta água para fazer as higienes básicas da criança. "Eu tomo banho todos os dias no trabalho, porque na minha casa nunca tem água. Mas a situação é mais complicada ainda porque eu tenho um filho recém nascido e eu preciso comprar água na mercearia para poder fazer a comida e banhar o bebê", explica.
De acordo com o morador, a água vem por volta das 3 horas da manhã e acaba depois de duas horas. Assim, durante o resto do dia todos os moradores ficam sem abastecimento hidráulico. “A gente tem que comprar baldes e caixas d’água para poder encher no pequeno intervalo de tempo que a água chega, porque depois ela vai embora e, às vezes, nem volta no dia seguinte”, conta Rodrigo.
O abastecimento de água do Conjunto Jacinta Andrade é feito por três poços do bairro Monte Verde. De acordo com o Superintendente Metropolitano da Agespisa, José Orlando, essa água é suficiente para abastecer toda a população do conjunto, mas o problema é o desperdício por parte dos próprios moradores e ainda tem uma área invadida que faz mal uso da água.
A Vila Dilma Rousseff é uma invasão feita no Jacinta Andrade e fica na parte baixa do Conjunto. Segundo José Orlando, essas pessoas fazem ligações clandestinas e impedem que a água chegue a pontos mais elevados do Jacinta Andrade.
“É distribuído mais de 90 mil litros de água por dia apenas para o Jacinta Andrade, quantidade suficiente para abastecer todo o Conjunto. O problema é o mal uso dos populares, para isso, já enviamos uma equipe para conscientizar o povo que esse Bem é finito e tem que ser usado com moderação”, avisa José Orlando.
O Superintendente também completa dizendo que, por vezes, as torneiras ficam abertas e os moradores da Vila Dilma Rousseff, na tentativa de desviar água, fazem ligações clandestinas e os canos ficam abertos no meio da rua desperdiçando água.
Além de conscientizar, também está sendo feito uma solução a longo prazo que é a construção de uma Estação de Tratamento de Água no Bairro Santa Maria da Codipe, que vai atender toda aquela região. A inauguração da estação está marcada para setembro deste ano.