Evaldo Gomes teria apostado R$ 5 mil, de que teria mais voto que ex-prefeito
A polêmica parece perseguir o deputado estadual Evaldo Gomes. Ele já foi vítima de vários assaltos, respondeu processo por compra de votos, brigou com vereadores e suplente de seu partido. Agora, o presidente do PTC no Piauí, enfrenta a rejeição do eleitorado de Teresina depois de dizer que teria mais votos que o ex-prefeito Elmano Ferrer (PTB) e poderá até mesmo ser expulso do seu partido por infidelidade partidária e perder o mandato, após anunciar apoio à candidatura do deputado federal Marllos Sampaio (PMDB).
APOSTA DE R$ 5MILO deputado estadual Evaldo Gomes, está muito confiante da sua reeleição e da vitória nas urnas em 2014. Tanto, que até teria apostado R$ 5mil que terá, em Teresina, mais votos que o ex-prefeito Elmano Ferrer (PTB), o “Veín Trabalhador”. Assim informam as fontes do 180.
A aposta teria acontecido há pouco mais de 2 meses, na Câmara Municipal de Teresina. De passagem pelo local, o deputado Evaldo Gomes, que já exerceu o mandato de suplente ali, teria encontrado com um grupo de vereadores que falavam sobre a expectativa de votação de alguns candidatos na capital do Piauí.
Contando com a sorte, Gomes obteve, em 2010, pouco mais de 10 mil votos. Destes, quase 9 mil votos foram só em Teresina. Um dos vereadores chegou a lhe dizer que não teria nem metade desses votos dessa vez. Foi então que teria escutado do vereador Paulo Roberto da Iluminação, presidente municipal do PTB, que ninguém teria, em Teresina, mais votos que o ex prefeito Elmano Ferrer.
Em tom debochado, o deputado Evaldo teria afirmado que ele mesmo teria mais votos que o “Veín”. E desafiou o vereador numa aposta de R$ 5 mil. Os dois teriam apertardo as mãos, num ato testemunhado por outros vereadores, mas Evaldo não “casou” o dinheiro, ou seja, ficou de pagar só depois da eleição, promessa que, nos bastidores da política, dependendo da fama do candidato, se conhece como “balão”.
Após a saída do deputado, ainda se comentou a falta de gratidão dele em relação a Elmano, pois foi o ex-prefeito que, em 2010, fez com que o suplente Evaldo assumisse o mandato de vereador. Para os parlamentares municipais, foi com a visibilidade deste da Câmara Municipal e a estrutura de vereador que Gomes conseguiu se eleger deputado.
O 180 entrou em contato com o candidato, para confirmar se houve tal aposta. A resposta de Evaldo foi a seguinte. "Eu não faço esse tipo de aposta, Elmano é meu amigo pessoal. Voto no Wilson para senador e quem está plantando, quer jogar para a platéia, para a mídia", afirmou.
INFIDELIDADE PARTIDÁRIA?Há alguns dias o mesmo deputado Evaldo Gomes foi personagem de outro episódio polêmico e questionável, no mínimo, do ponto de vista ético. Seu correligionário, Antônio Almeida de Sousa, o Toim Dufrango, candidato a deputado federal, retirou de seu carros os adesivos de campanha de Evaldo Gomes, por que este anunciou uma “dobradinha” com o deputado federal Marllos Sampaio, do PMDB. E afirmou que vai se juntar com outros filiados do PTC e processar Evaldo por infidelidade partidária.
Segundo conta Toim, há algumas semanas, o deputado Evaldo Gomes, que é presidente do PTC, reuniu milhares de pessoas numa reunião política. Além de Toim, foram convidados e estavam presentes os candidatos José Milton da Silva e Thuyla Martins, que também disputam uma vaga na Câmara Federal. Durante a reunião, nenhum deles teve direito a se manifestar ou subir no palanque.
Mais: foram surpreendidos com o anúncio de Evaldo Gomes vai votar em Marllos Sampaio, do PMDB. Toim afirmou que se sentiu humilhado.
“Ele não deixou a gente nem subir no palco. Tinha mais de mil pessoas lá e ele pegou o microfone e disse com todas as letras que o PTC não tinha a menor chance de eleger um deputado federal, por isso ele decidiu votar em Marllos, que já é deputado e é o irmão do presidente da Assembléia Legislativa. E ainda disse que a gente tinha que fazer o mesmo”, conta Toim Dufrango.
Evaldo também rebateu estas informações, mas preferiu não "dar muita conversa". "Eu não vou perder meu tempo discutindo com o Toim Dufrango. No meu Facebook você pode ver que foi uma festa monstruosa. Ele quer mídia, pode até ser que alguém esteja orientando. Neste momento estou orando a Deus que ele tenha sucesso".
EXPULSÃO DO PARTIDOO PTC e o PMDB participam da mesma coligação proporcional para a disputa federal. Mas Toim Dufrango considera que, na condição de presidente do PTC, Evaldo Gomes não poderia anunciar a incapacidade da sigla em eleger um deputado federal e votar em candidatos de outro partido. “Eu fico me perguntando o real motivo do deputado votar no irmão do presidente da Assembléia. O que ele ganha com isso? Ele não vota na gente que é o partido dele porque a gente não tem dinheiro? É isso? Só ele pode se eleger no PTC?”, indaga Toim.
De todo modo, mesmo que a legislação ou o entendimento jurídico eleitoral permita a escolha de Evaldo, sua condição de presidente da sigla torna a questão imoral. Mas tomando por base o estatuto do próprio PTC, caso Toim siga em frente com a denúncia, Evaldo pode ser expulso do partido e perder o mandato.
O estatuto (disponível na página do partido na internet) é muito claro, em seu Capítulo 2, que trata dos direitos e deveres dos filiados. Em seu parágrafo único, determina categoricamente que “o filiado do PTC que estiver exercendo mandato político, que apoiar candidato a cargo eletivo de outro partido, será expulso dos quadros de filiados do PTC, com a conseqüente perda do respectivo mandato”.
Segundo Toim Dufrango, o mandato de Evaldo Gomes está, neste momento, nas mãos dos candidatos que ele humilhou. Mas Toim se esquece que, junto com Evaldo Gomes, disputam o cargo de deputado estadual pelo PTC, por exemplo, o ex deputado Dr. Pinto, a sindicalista Professora Odeni e o Dr Hélio, todos com boa expectativa de votos. Caso a coligação obtenha votos suficiente para eleger um deputado e Evaldo seja mais votado que os demais, um destes candidatos pode entrar com o pedido de expulsão de Evaldo para “fazer andar” a fila de suplentes.