Impasse atrasa obras e prejudica moradores da Vila Jerusalém
Prolongamento da Avenida Barão de Castelo Branco era para ter sido entregue em 180 dias, mas já se arrasta há 10 meses
A obra de prolongamento da Avenida Barão de Castelo Branco, zona Sul de Teresina, vem causando prejuízos à saúde e à economia dos moradores da Vila Jerusalém. A obra, que é de responsabilidade do Departamento de Estradas e Rodagens do Piauí (DERPI) em parceria com a Prefeitura de Teresina, deveria ser concluída em 180 dias após a assinatura da ordem de serviços, mas arrasta-se há dez meses.
A aposentada Maria Vieira, que reside há 25 anos na região, conta os problemas de saúde que ela e seus vizinhos enfrentam. “A poeira deixa a gente sem poder falar. Aqui na rua muita gente nunca mais ficou bom. Tanto as crianças quanto os idosos sofrem com a poeira levantada pela passagem de carros e até motos”, explica. Já o comerciante Ismael Abreu lembra a época em que o local servia de lazer para os moradores da região. Ele complementa que, hoje em dia, muitos comerciantes chegaram a fechar às portas dos comércios devido aos problemas causados pela obra, o trânsito de pessoas pelo local caiu de forma considerável. “Eu mesmo estou tendo problemas com minhas vendas. Os carros passam e a poeira toma conta do estabelecimento e os clientes reclamam”, pontua.
No entanto, Ismael acrescenta que o maior problema é mesmo a saúde das pessoas. “Idosos, crianças e adultos, todos já tivemos algum problema de saúde relacionado à poeira causada pelos carros. Há mais de nove meses, estamos morando assim, com essas estradas carroçais”, conta o comerciante apontando para a rua.
De acordo com o engenheiro José Mendes de Sousa Moura, fiscal do DER-PI, a obra encontra-se paralisada por que a Prefeitura ainda não conseguiu solucionar dois problemas. “Um é referente à retirada de cinco famílias que moram no local de domínio da avenida e o outro é a retirada de uma rede elétrica que passa pela Rua Palmares, que inviabiliza o andamento da obra. As duas ações são de responsabilidade da Prefeitura”, explica.
Por outro lado, segundo a Prefeitura, 25 famílias já foram indenizadas e que duas não concordaram com os valores oferecidos e o caso foi encaminhado à Procuradoria Geral do Município. “Entre as 25 famílias indenizadas, algumas estão em mudança nos próximos dias”, completou. Sobre a retirada da rede elétrica, ninguém foi encontrado para comentar.
A obra está orçada em R$ 1,6 milhão e tem como maior benefício desafogar o tráfego de veículos na Avenida Miguel Rosa, facilitando o acesso a bairros das zonas Sul e Sudeste de Teresina.