Zé Filho diz que vai pagar reajuste em dezembro, mas precisa de apoio do TCE
Governador atribuiu problemas financeiros do Piaui à falta de repasses do governo federal.
Em entrevista coletiva concedida no início na tarde desta terça-feira (02) no Palácio de Karnak, o governador Zé Filho (PMDB), acompanhado do líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado estadual João Mádison, da primeira-dama Juliana Moraes Souza, e de secretários estaduais, esclareceu dúvidas sobre a situação financeira do Piauí.
Fotos: Assis Fernandes/ODIA
Em tom ressentido, Zé Filho atribuiu os problemas do seu governo a dois fatores. O primeiro trata-se da falta de recursos. O chefe do executivo estadual garantiu que faltou receita federal para investir na melhoria do Piauí. Segundo ele, os repasses federais previstos para o Estado eram de R$ 630 milhões, foram empenhados R$ 204 milhões, mas efetivamente o Piauí recebeu apenas 40 milhões. “Isso é pra vocês terem uma ideia de como fomos tratados pelo governo federal”, disse aos jornalistas.
O segundo fator que, segundo Zé Filho, fez o seu governo passar por dificuldades foi a perda na disputa da reeleição do governo do Estado. “Quando você perde uma eleição, você vira um cachorro morto e todos atiram em você para agradar o novo governador”, declarou.
O governador afirmou também que "não existe esse terrorismo que estão criando no funcionalismo público". O chefe do executivo estadual garantiu que não vai atrasar os salários dos servidores estaduais. Zé falou, ainda, que o Estado tem dinheiro em caixa para pagar o reajuste salarial de algumas categorias, previsto para pago em novembro.
Por conta do Estado ter atingido o limite máximo da Lei de Responsabilidade Fiscal, o Tribunal de Contas obrigou o governo a sustar os atos administrativos que provocaram aumento de despesas com pessoal nos últimos 180 dias anteriores ao final do mandato. “Tem dinheiro em caixa, que conseguimos com muito sacrifício, mas preciso da anuência do TCE. Não posso desobedecer a determinação do Tribunal, senão no futuro eu possa responder a um processo ou até me tornar inelegível”, explicou.
Zé Filho declarou ainda que conseguiu reduzir o quadro de servidores do governo do Estado. “Quando assumi, a folha tinha 100.400 contracheques. Agora, esse número reduziu para 99.400”. Conforme o governador, o Estado só realizou a contratação de concursados da área da saúde e segurança. “As outras mudanças foram apenas substituições de equipes anteriores”, disse.
Zé Filho aproveitou a ocasião para rebater as críticas que a sua gestão vem recebendo da equipe de transição do governador eleito Wellington Dias (PT). "O Wellington, como senador e um homem sério, deveria era ter ajudado a Piauí a receber os recursos federais", finalizou.
Por fim, ele disse que não decidiu ainda se vai participar da cerimônia para repassar a faixa ao novo governador do Estado. O evento acontece no dia 1º de janeiro, a partir das 8h.