sábado, 12 de novembro de 2016

Venda cigarros contrabandeados no Piauí aumentou 16% entre 2012 e 2015

Venda cigarros contrabandeados no Piauí aumentou 16% entre 2012 e 2015

Das 10 marcas de cigarro vendidas no Estado, pelo menos duas são provenientes do mercado ilegal.


No Piauí, o volume de cigarros contrabandeados cresceu 16% entre 2012 e 2015, segundo dados de mercado. É o que aponta, uma pesquisa do Instituto Datafolha encomendada pelo Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO), em parceria com o Fórum Nacional Contra a Pirataria e Ilegalidade (FNCP).
O estudo revela que enquanto a venda do produto nacional caiu em proporção considerável, das 10 marcas mais vendidas no Piauí, pelo menos duas são provenientes do mercado ilegal. Além disso, o preço médio do maço contrabandeado é de R$ 3,20, valor que representa 64% do preço mínimo previsto em lei para os cigarros do mercado legal.
A pesquisa Datafolha mostra também que há uma relação entre o comércio de produtos ilegais e o aumento da violência. De acordo com levantamento, 79% da população da Região Nordeste acredita que a venda de produtos irregulares favorece o crescimento da criminalidade. Os dados apontam que os cigarros provenientes do Paraguai é o maior financiador das atividades de facções criminosas.
Mesmo cientes desta realidade, quando questionados sobre o consumo de produtos contrabandeados, 26% dos entrevistados do Nordeste admitem o hábito de comprar produtos ilegais, como eletrônicos, roupas, calçados, DVD’s de jogos e filmes, e cigarros. Por outro lado, 90% da população nordestina é a favor da revisão de impostos sobre produtos legais, para tornar seu preço mais acessível e mais competitivo em relação aos ilegais. Outros 63% acreditam que que a redução de impostos sobre cigarros fabricados no Brasil contribuiria no combate ao crime organizado.
“O levantamento evidencia que o principal estímulo ao contrabando é a disparidade de preços, resultado da vantagem financeira que os criminosos têm em função da diferença de carga tributária entre o Brasil, onde algumas vezes atinge 88%, e o Paraguai, local onde é fixada em 16%. Ou seja, além da maior fiscalização nas fronteiras, faz-se também necessária a revisão dos impostos sobre os produtos nacionais para que tenhamos plena legalidade do mercado interno e mais segurança”, pondera Edson Vismona, presidente do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial.
Além da violência e o tráfico de drogas, o desemprego e a evasão fiscal também são rastros que o contrabando de produtos ilegais deixa por onde passa. Por ano, o Brasil perde cerca de R$ 115 bilhões com o comércio de mercadorias ilegais, montante suficiente para construir 974 hospitais ou 57 mil creches, ou ainda, 22 mil escolas públicas.

fonte portal o dia