terça-feira, 9 de maio de 2017

'Não têm como ficar no cargo', diz corregedor sobre policiais presos

'Não têm como ficar no cargo', diz corregedor sobre policiais presos


O corregedor da Polícia Civil do Piauí, Adolpho Henrique Soares Cardoso, informou que será aberto processo administrativo disciplinar contra os 13 policiais civis suspeitos de fraude em concurso público da polícia. Na manhã desta terça-feira, o Greco (Grupo de Repressão ao Crime Organizado) deflagrou operação “Infiltrados” para prender 23 pessoas suspeitas de fraudar concurso da Polícia Civil realizado em 2012. Foram presos 21 pessoas, entre eles 12 policiais civis, advogados, professor e agentes. 
Os policiais civis envolvidos foram afastados e tiveram que entregar distintivo, arma, insígnias, carteira funcional e munições. O corregedor Adolpho Cardoso, ressalta que o procedimento administrativo disciplinar pode resultar na expulsão dos policiais. Ele ressalta ainda que parte dos agentes já eram investigados por má conduta no exercício da profissão.
"O Cícero Henrique já respondia por questões graves como um homicídio culposo no exercício da profissão, na delegacia de Bom Jesus. O inquérito policial já tem muita coisa, então posso abrir processo administrativo disciplinar e afastá-los do cargo e assim iniciar o processo de demissão. Eles não conseguem mais se manter no cargo...ou serão demitidos na esfera criminal ou na esfera administrativa", disse o corregedor. 
O delegado reitera que as provas são robustas e que 'não vê como os investigados permanecerem no exercício da profissão'.
O corregedor acrescenta que o agente André Luís de Carvalho era um dos 'cobradores' mais incisivos da organização criminosa. As investigações apontaram que os investigados fraudaram o concurso para conseguir a aprovação e alguns dele, além de se beneficiarem com a fraude, atuavam fazendo cobranças a candidatos de outros concursos que também conseguiram passar em certames de forma fraudulenta.
"Se a gente não tomar uma atitude dessa natureza, acabamos como que incentivar... as pessoas agora estão amedrontadas e é um exemplo para quem ainda pretende entrar na corporação. O cargo de agente é tão especial por andar com arma, por se lidar com a liberdade de outras pessoas e uma pessoa dessa frauda um concurso, tirando a chance de tantos outros preparados", finaliza Adolpho Henrique. 
Os investigados ainda serão ouvidos pela Corregedoria.

'Operação corta  própria carne', diz delegado geral
O delegado geral da Polícia Civil ressalta que a operação 'corta a própria carne' e não foi deflagrada de forma aleatória. 
"No inquérito temos provas robustas para encaminhar à Justiça. A operação não veio por acaso, mas baseada em um longo histórico. Cada um dos investigados teve a conduta individualizada, com provas específicas para aquela conduta. Esperamos que com a retirada dessas pessoas da instituição, possamos crescer, se fortalecer e preservar o nosso maior patrimônio que é o nosso efetivo", desabafa Riedel Batista. 
O delegado Willame Moraes frisa que o Greco tem duas linhas específicas de atuação: combate a organizações criminosas armadas e crimes de corrupção. 
"Os principais alvos dessa operação foram policiais civis, são da nossa insituição, estavam trabalhando do nosso lado...todavia, utilizaram de forma ilegal e fraudulenta para adentrar na nossa instituição. Desde o início temos indícios da participação desse pessoal, mas tivemos calma para apurar tudo e só deflagrar a operação com provas robustas para prendê-las e assim concluir com êxito o nosso trabalho", disse o coordenador do Greco. 

fonte cidadeverde.com