segunda-feira, 12 de março de 2018

"Queria pedir perdão pelo que meu filho fez", diz mãe de réu

"Queria pedir perdão pelo que meu filho fez", diz mãe de réu


Os sentimentos de angústia e revolta tomam conta dos familiares do jovem Elias Gomes dos Santos Júnior, 14 anos, assassinado em novembro do ano passado, por um celular. O réu Matheus Henrique Ferreira da Silva, 18 anos, chegou algemado e permaneceu o tempo todo de cabeça baixa. 
Em lados opostos estão as mães de vítima e reú. De um lado, Marilene Gonçalves [mãe da vítima], pede Justiça. Do outro, a mãe do réu [que não quis se identificar] desabafa e diz que "se pudesse, abraçava a mãe da vítima e pedia perdão pelo que meu filho fez". 
"Creio que ele fez isso, mas não entendo o por quê? Penso na mãe da vítima 24 horas e se pudesse dava um abraço e pedia perdão pelo que meu filho fez. Sou mãe, também estou sofrendo...não queria isso. Que Deus tenha misericordia de nós duas.. Mas o sofrimento dela é muito grande.  Eu estou com meu filho vivo, apesar de temer pela vida dele. Acredito no fundo do coração, ele está arrependido, mas ele não fala", disse a mãe do réu que chorou ao lembrar do crime do qual seu filho é acusado.
Acusado chega ao julgamento
Já Marilene Gonçalves, bastante abalada, diz que seu filho foi vítima de um crime bárbaro e espera Justiça. 
"Foi um crime bárbaro. Tiraram a vida do meu filho por um celular. Tô angustiada... não é fácil estar aqui, mas Deus está me dando forças. Perdoar, só Deus. O perdão está com o Senhor. Nesse momento só quero que Justiça", diz a mãe do estudante. 
Fotos: Wilson Filho/ Cidadeverde.com
Mãe da vítima
Elias Gomes foi vítima de um latrocínio (roubo seguido de morte). O crime ocorreu no Parque da Cidade, na zona Norte de Teresina. 

"Um pedaço da gente que foi tirado", desabafa pai da vítima
O pai da vítima também crê que a condenação, de certa forma, alivia a dor da família. 
"Meu filho não vai voltar, mas quero que a morte dele não fique impune. Ele era apenas uma criança que não devia nada a ninguém. De repente, chegou uma pessoa que se sentiu no direito de tomar o celular e disse que meu filho reagiu e pegou e deu uma facada. Se ele for condenado, ele não vai fazer mal a outra pessoa. O que ele fez com meu filho foi muita maldade", disse Elias Gomes dos Santos, pai do estudante. 
Fotos: Wilson Filho/ Cidadeverde.com
Pai da vítima acompanha o julgamento
Ele conta ainda que os sentimentos de solidão e saudades tomam de conta da família. 
"Ele só tinha 14 anos...lutamos para criá-lo e de repente alguém vem e nos dá uma rasteira.  Minha outra filha está grávida e o Elias só falava em ver o sobrinho, mas não teve a oportunidade...A gente está sem chão, apenas sobrevivendo", disse o pai que acompanhou o julgamento ao lado da esposa e parentes. 
O julgamento teve início ao meio-dia. Três testemunhas de acusação e duas de defesa estão sendo ouvidas pelo juiz Carlos Hamilton, da 1ª Vara Criminal. O defensor público,  Sílvio César Queiroz, assiste o réu. O promotor de Justiça, Antônio Rodrigues de Moura, e um assistente de acusação defendem a condenação do acusado. 
A sentença será anunciada após alegações finais de ambas as partes. 
Fotos: Wilson Filho/ Cidadeverde.com
Julgamento presidido pelo juiz Carlos Hamilton

fonte cidadeverde.com