O prefeito apresentou para a imprensa uma série de critérios que devem ser obedecidos para que as atividades comerciais possam voltar a funcionar.
O prefeito Firmino Filho fez duras críticas aos empresários teresinenses que estão pressionando a prefeitura de Teresina para iniciar a reabertura das empresas em Teresina, em meio a pandemia do novo coronavírus.
“Os empresários não vão para o Balcão, nem vão colocar os filhos deles lá. Quem vai para o balcão é o funcionário. Eles vão ficar de casa vigiando tudo pelo sistema interno de segurança das lojas. Eu compreendo o drama que todos [empresários] estão passando. Sou solidário a ele.“Nesse momento o melhor para a cidade não é pensar com o bolso. É pensar com a razão e com o coração.”
Em outro trecho da entrevista, o prefeito disse que o sindicato dos comerciários também não apoia a reabertura prematura das empresas. “Pergunte se o Sindicado dos Comerciários aprova isso. Aprova? É claro que não aprovam”, desabafou o prefeito.
Na coletiva de hoje, o prefeito apresentou para a imprensa uma série de critérios para que as atividades comerciais possam voltar a funcionar.
Prefeitura X Empresários
Os embates entre o setor produtivo e a Prefeitura de Teresina têm sido cada vez mais frequente desde o início do processo de isolamento social imposto pela Prefeitura, na última semana de março.
De lá para cá representantes do segmento empresarial e políticos tem se colocado contra os decretos de isolamento social em vigor na Capital, e que ainda não tem data marcada para encerramento.
No dia 11 de maio, em entrevista exclusiva publicada pelo jornal O Dia, o empresário Valdeci Cavalcante, presidente da Fecomércio no Piauí, pregou a desobediência ao isolamento social. Em nova entrevista, desta vez em 16 de maio, Valdeci Cavalcante orientou o empresariado piauiense a demitir seus funcionários e não pagar indenização.
“Estamos esgotados. Os empresários podem demitir os seus empregados, não paguem verbas indenizatórias porque não tem dinheiro, e seus empregados vão procurar a Justiça do Trabalho.”
Valdeci Cavalcante usou como argumento para essa ação o artigo 486 da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), mas esse argumento foi refutado em pelos advogados Fellipe Roney, mestre em Direito Constitucional, e André Saraiva, especialista em processo do trabalho e previdência.
Uma semana depois foi a vez do Centro das Indústrias do Piauí representado pelo seu presidente, Andrade Júnior, vir a público para criticar as decisões dos poderes Executivo Municipal e Estadual.
Em entrevista exclusiva ao jornalista Natanael Souza, do Jornal O Dia, Andrade Júnior afirmou que "O cenário é de pessimismo pela má condução do prefeito e governador". Nesta mesma entrevista”. O empresário acusou a prefeitura de Teresina e o Governo do Estado de não escutarem o setor produtivo.
“Eles escutam e não levam nada adiante. É só pra dizer que escutou, mas nenhuma ideia do setor produtivo é levada para frente. O governo nega e manda respostas carimbadas e similares para todas as entidades que sugerem algo”
Nesta semana, o prefeito rebateu a cobrança dos empresários. “Seria irresponsabilidade abrir a economia nesse momento. Nós temos um decreto e ele continua em vigor. É esta a resposta que temos que dar em relação a todo e qualquer tipo de manifestação de quem não concorda. Temos uma regra que visa proteger vidas, que tem feito com que Teresina tenha tido um desempenho até melhor que outras cidades do Nordeste”.
Na última quinta-feira, 27, representantes dos setores produtivos da Capital representados por micro e pequenos empresários, trabalhadores da construção civil, motoristas de aplicativo e profissionais do setor de beleza, fizeram um protesto na porta da Prefeitura de Teresina.
Pressão política e Eleições 2020
Ainda durante a coletiva, o prefeito foi perguntado pelos jornalistas sobre a pressão política que tem recebido nesse período de pandemia. Firmino Filho foi taxativo em afirmar que esse tipo de pressão [política] não tem nenhum tipo de força sobre as decisões tomadas pelo poder Executivo neste momento.