No primeiro semestre deste ano, foram realizados 1176 atendimentos a mulheres em situação de violência no Centro de Referência Esperança Garcia (Creg), serviço da Prefeitura de Teresina, vinculado à Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres(SMPM). Ao todo, neste semestre, 158 mulheres foram inseridas no serviço, vítimas de violências física, psicológica, moral e patrimonial.
Karla Berger, secretária da Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres (SMPM), explica que existem vários tipos de violência contra as mulheres, mas que apesar disso, algumas manifestações de violências costumam não serem percebidas pela vitima. “Existem vários tipos de violência que podem ser praticados contra as mulheres, como a física, a psicológica, a moral, a sexual e a patrimonial. No entanto, nem sempre essas violências são reconhecidas pelas próprias vítimas, que podem naturalizar, minimizar ou justificar as agressões que sofrem”, destaca a gestora.
Violência psicológica
A violência psicológica é uma forma de agressão que tem como objetivo causar dano emocional na mulher, afetando sua autoestima, identidade e saúde mental. O agressor recorre a ameaças, constrangimento, humilhação, manipulação e chantagem para intimidar, controlar ou isolar a mulher.
Esses comportamentos visam fazer a mulher se sentir inferior, culpada ou dependente dele. Muitas vezes, uma mulher não percebe que está sendo vítima de violência psicológica, mas seus efeitos podem ser graves, levando a problemas como depressão, ansiedade e até mesmo ideação suicida.
Violência patrimonial
A violência patrimonial é uma forma de agressão que envolve os bens, recursos e direitos da mulher. O agressor pode se apropriar, destruir ou reter objetos, documentos ou valores pertencentes à mulher, além de impedir seu acesso a eles.
Essa forma de violência busca prejudicar a mulher financeiramente, limitando sua autonomia e independência. Por exemplo, quando o parceiro deixa de pagar a pensão alimentícia dos filhos, fica com objetos pessoais da mulher, esconde ou rasga seus documentos, ou realiza outras ações semelhantes.
Violência moral
A violência moral é uma forma de agressão que atinge a honra e a aceitação da mulher. O agressor pode difamar, caluniar ou ferir a mulher, disseminando falsas ou ofensivas sobre sua conduta moral, sexual ou profissional.
Essa forma de violência busca desmoralizar e desqualificar a mulher perante a sociedade, afetando sua imagem e confiança. Por exemplo, quando o parceiro espalha boatos sobre a vida íntima do casal, a insulta na presença de outras pessoas ou menospreza seu trabalho e estudos.
Violência sexual
A violência sexual é uma forma de agressão que viola a liberdade e a integridade sexual da mulher. O agressor pode forçá-la ou coagi-la a praticar ou testemunhar atos sexuais contra sua vontade, ou mesmo impedir que ela utilize métodos contraceptivos ou abortivos.
Essa forma de violência visa submeter-se e dominar a mulher sexualmente, desrespeitando seu corpo e seus direitos reprodutivos. Por exemplo, quando o parceiro obriga a mulher a fazer sexo sem preservativo, a força a ter relações sexuais contra sua vontade ou a impedir de interromper uma gravidez indesejada.
Violência física
A violência física é uma forma de agressão que causa danos ou lesões corporais na mulher. O agressor pode utilizar força física ou armas para bater, aplicar, puxar, morder, cortar, queimar ou ferir a mulher de alguma maneira.
Essa forma de violência visa machucar e marcar o corpo da mulher, demonstrando poder e superioridade. Por exemplo, quando o parceiro dá um tapa no rosto da mulher, puxa seu cabelo, aperta seu braço ou usa água quente ou ácido para feri-la.
Violência institucional
A violência institucional é um tipo de agressão que ocorre nos espaços públicos onde a mulher busca ajuda ou proteção. Os agentes públicos podem tratar a mulher com descaso, preconceito ou negligência, dificultando seu acesso aos serviços e aos direitos.
É um tipo de violência que visa desestimular e desencorajar a mulher de denunciar e romper o ciclo da violência doméstica. Por exemplo, quando o policial não registra o boletim de ocorrência da mulher, quando o médico não faz o exame de corpo de delito da mulher, quando o juiz não concede a medida protetiva para a mulher.
Procure o Creg
O Centro de Referência Esperança Garcia, CREG atende mulheres em situação de violência doméstica, familiar e de gênero, residentes em Teresina, com idades de 18 a 59 anos. O lugar oferece atendimentos de assistência jurídica, social e psicológica, além de ofertar Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (Pics) e cursos de capacitações profissionais gratuitos.
Ainda de acordo com a secretária Karla Berger, o lugar não é para realizar denúncia, mas encorajar e dar apoio para que as mulheres rompam com o ciclo da violência.
Acompanhamento da Guarda Maria da Penha
As mulheres acompanhadas pelo CREG que possuem medida protetiva são acompanhadas pela Guarda Maria da Penha, na qual presta a proteção das mesmas. Em alguns casos, há também o monitoramento do agressor para evitar que a violência volte a acontecer.
Onde encontrar o CREG?
Rua Benjamin Constant, 2170, Centro Norte.
Funcionamento: segunda a sexta, das 8h às 17h.
Telefone: (86) 3233-3798 / 994116-9451
fonte pmt.pi.gov.br