O produtor cultural Pablo Martins, acusado de dar um calote no Festival Planeta Brazuca, se apresentou no 12º distrito policial, na zona Leste, na tarde desta segunda-feira (17). Acompanhado de uma advogada, ele se recusou a falar com a imprensa.
Segundo o delegado Ademar Canabrava, durante o depoimento, o produtor alegou ser inocente. "Mesmo com a assinatura dele em todos os recibos, ele continua afirmando que não é culpado", disse.
Pablo Martins chegou acompanhado de sua advogada e ambos recusaram-se a falar com a imprensa. De acordo com o delegado, que saiu da sala para atender aos jornalistas, eles afirmaram que não pretendem dar entrevistas.
Algumas vítimas do calote ainda estão comparecendo ao distrito para fazer o boletim de ocorrência. Algumas ficaram sabendo da presença do produtor quando chegaram ao local. Uma das vítimas, que não quis se identificar, disse que seu prejuízo de R$ 640. "Pela manhã fui receber o ingresso e perguntei se haveria o evento, porque eu não tinha visto divulgação e confirmaram. Quando foi à tarde fiquei sabendo por um amigo que tinha sido cancelado".
Em uma conversa com o advogado na delegacia, ele ficou sabendo que receberia o dinheiro de volta, pois adquiriu o ingresso através de um site de compras coletivas. "Nunca tinha acontecido isso comigo. Eu não sabia quem era ele e depois de tudo foi que eu descobri que tem até processo já por conta de calotes".
O festival Planeta Brazuca deveria ter acontecido no último fim de semana, mas que foi cancelado sem comunicado oficial. Pablo Martins está sendo acusado de sumir com uma quantia que pode chegar a R$ 750 mil.
O cantor André Matos, uma das atrações do festival, que esteve na capital piauiense e teve que custear do próprio bolso as despesas da equipe, também prestou queixa contra o produtor.
Por volta das 17h20 o produtor Pablo Martins deixou o 12º DP, após se recusar a prestar depoimento. Ele afirmou ao delegado que irá responder somente em juízo. Ele se recusou a falar com a imprensa e saiu da delegacia com a cabeça baixa e usando uma pasta para cobrir o rosto. Ele foi indiciado por estelionato.
De acordo com Adermar Carnabrava, toda a documentação necessária para concluir o inquérito já está em posse da polícia, e os papéis devem ser . encaminhados à Justiça o mais breve possível. "Ele já tem processos onde é acusado de aplicar golpes em outros eventos. Vou juntar tudo isso para fortalecer o inquérito".
O delegado disse que Pablo Martins não informou se vai ressarcir as pessoas que compraram os ingressos. "Ele negou que o dinheiro esteja com ele. E não respondeu mais nada, disse que só fala em juízo".
O advogado do empresário Ítalo Alves, responsável pela venda de ingressos do festival Planeta Brazuca, Marcos Nogueira, acompanhou o depoimento. Ele afirmou que seu cliente tinha apenas um contrato para vender ingressos. "Já mostramos ao delegado todos os recibos assinados pelo Pablo afirmando ter recebido o valor dos ingressos que a loja vendeu. Cerca de R$140 mil. Tudo que queremos é que ele devolva o dinheiro para as pessoas e esclareça que nem o Ítalo nem a loja tem relação com o cancelamento do evento".
Pablo Martins deve responder ao processo em liberdade.
fonte cidadeverde.com