Castelo: falsa entrevista com elogio a Policial afastado vai parar na delegacia
A rádio Mutirão de Castelo do Piauí, que pertence à família do policial militar que é investigado pela Corregedoria por fomentar violência na cidade, vira alvo de inquérito policial.
O presidente da Associação dos Cabos e Soldados, Agnaldo Oliveira, acusou nesta sexta-feira (14) a rádio de divulgar uma falsa entrevista, em que uma pessoa fingia ser ele (Agnaldo), e rasga elogios ao policial Elias Júnior. Na entrevista, a voz faz duros ataques ao comandante da PM, coronel Carlos Augusto Gomes, à justiça e à imprensa.
“Aquela voz é totalmente diferente da minha e o intuito é prejudicar a associação e a mim. Vou registrar um boletim de ocorrência e entrar com ação na justiça contra a rádio”, disse Agnaldo Oliveira.
A falsa entrevista foi divulgada ontem no programa “Tribuna do Povo” que era comandado pelo policial Elias Júnior. Após sua transferência, o programa é comandado pelos seus filhos Ronaldo e Romário. Eles afirmaram, contudo, que o áudio divulgado não foi gravado por eles, mas recebido pelo celular.
O portal obteve a entrevista veiculada na rádio Mutirão. Lá, a voz diz que Elias é um “homem de bem e honrado”, “um cidadão” e que toda população de Castelo gosta dele. Ele disse ainda que o comandante “virou as costas” para o policial e chama a imprensa de “podre”.
Agnaldo disse que está surpreso com a atitude da rádio de veicular uma falsa entrevista e ficou sabendo quando os amigos lhe avisam estranhando a postura do presidente dos Cabos e Soldados.
“Não vou deixar isso impune. Usam o nome da Associação e a minha imagem. Jamais vou dizer o que a pessoa disse denegrindo a imagem do comandante e da imprensa. Isso é inadmissível e não vou ter dó”, desabafou Agnaldo.
De acordo com o filho do policial investigado, Ronaldo Mota, responsável pela veiculação do arquivo, o áudio foi recebido por meio de grupos do WhatsApp e ele não tem informação sobre quem é a pessoa que fala no áudio. Ele disse que já sabe que a voz não é de Agnaldo, mas que não conseguiu contato com ele antes por não ter seu número de telefone.
"Caso ele entre com ação, deve ser contra a pessoa que gravou o áudio. Nós recebemos e como falava do nosso pai, nós reproduzimos, mas não fomos nós que gravamos. Nós jamais faríamos isso", informou.
O policial Elias Júnior está sendo investigado pela Polícia Militar suspeito de usar rádio para fazer política. Outra denúncia é que Elias teria prometido R$ 2 mil para os menores – condenados por estupro coletivo - praticarem crimes em Castelo do Piauí.