Um homem de 65 anos foi atendido e entubado no chão do Hospital de Urgência de Teresina (HUT) deitado sobre um lençol que tinha a identificação da instituição hospital de urgência e emergência da capital piauiense. As imagens do atendimento improvisado no chão do hospital passou a circular no início da tarde desta quarta-feira nas redes sociais.
O diretor geral do HUT, médico Gilberto Albuquerque, afirmou que as imagens são verdadeiras e o paciente não resistiu à insuficiência cardiorrespiratória e morreu às 22h de terça-feira.
“O paciente chegou com um quadro de insuficiência respiratória grave e como não tínhamos leitos, macas e cadeira de rodas desocupados, o paciente foi atendido e entubado no chão do hospital. Não é a maneira que um paciente tem que ser atendido, mas o caso era muito grave e não poderia esperar. O paciente foi entubado, mas morreu às 22h”, falou Gilberto Albuquerque.
O paciente recebeu no chão do HUT uma massagem cardíaca e como ele estava fazendo uma recuperação cardiopulmonar era necessário uma maca dura a estável. Como não tinha maca, o paciente teve que ser atendido no chão.
“Isso aconteceu ontem e pode ocorrer hoje a qualquer momento., mas ninguém tomou providência ninguém quer ouvir e o problema se agravou e vai se agravar muito daqui pra frente. O governo (do Estado) vai anunciar uma solução daqui a 40 dias, mas não sei como a situação vai estar daqui até lá. Desde ontem está sendo assim. Não era comum, mas está se tornando, porque estão ocupados todos os corredores do hospital, macas, cadeiras de roda. A demanda está sempre crescente. Falta de maca e de espaço físico”, afirmou Gilberto Albuquerque.
Ele falou que o paciente chegou às 19h30 no HUT e morreu duas horas e meia depois por insuficiência cardiorrespiratória.
Gilberto Albuquerque informou que o Hospital de Urgência de Teresina possui 289 leitos, 150 macas e 24 cadeiras de roda, insuficientes para atender os cerca de 300 pacientes que recebe por dia da capital, mas também dos municípios do interior do Piauí e do Maranhão.
Ele declarou que os hospitais de retaguarda e com atendimento de casos clínicos não estão recebendo todos os pacientes que o HUT atende como caso de emergência e precisam ser atendidos clinicamente.
Albuquerque declarou que o HUT está recebendo 3 mil pacientes por mês e de janeiro até agora foram atendidos 9 mil pacientes e apenas 1.471 pacientes conseguiram ser recebidos no mesmo período nos hospitais de retaguarda de Teresina como o Hospital Universitário (HU) da Fundação Universidade Federal do Piauí, do Hospital Getúlio Vargas (HGV), Hospital Infantil Lucídio Portella, Hospital São Marcos e Hospital Geral da Polícia Militar.
O prefeito de Teresina, Firmino Filho, diz que a situação ficou insuportável. Segundo Firmino Filho, o HUT realiza 1.400 cirurgias por mês, sendo que 55% delas são em pacientes vindos do interior do Piauí; 15% em pacientes do Maranhão e 30% em pacientes de Teresina.
O Hospital de Urgência de Teresina está atendendo hoje todas as emergências – cardiológica, de traumas, os acidentes que causam a quebra da cabeça, de uma perna – com atendimento de 24 horas.
fonte meionorte.com