Dívida de R$ 900 milhões havia sido parcelada em centenas de anos
Grupo empresarial forjava falência para pagar débitos em parcelas de até R$ 200.
A fraude descoberta pelo Ministério Público Federal, Polícia Federal e Receita Federal, divulgada hoje com a deflagração da Operação Sorte Grande, consistia no enriquecimento ilícito propiciado pelo acúmulo de dívidas juntos à Receita Federal e o parcelamento dos débitos em mensalidades de aproximadamente R$ 100 e R$ 200.
Fotos: Jailson Soares/ODIA
Delegado da Polícia Federal, Carlos Alberto e Tarcísio Abreu, e Seperintendente da Receita Federal, Marcellus Alves
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A transferência de bens era feita para algumas pessoas "laranjas" ou empresas estrangeiras, situadas no paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas. O recurso sonegado, após percorrer um ciclo, retornava para o principal beneficiário e suposto mentor da fraude.
Ao todo, 13 pessoas foram obrigadas a prestar depoimento nas sedes da Polícia Federal, sendo 11 em Teresina e 2 em São Paulo. “Foram conduzidas pessoas do primeiro e segundo escalão, os “laranjas” e os titulares de fato das empresas”, disse o delegado Carlos Alberto. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em 14 estabelecimentos comerciais e residências de Teresina, Timon e São Paulo.
Na operação, a polícia apreendeu notas estrangeiras, notas em real e duas armas de fogo, que serão analisadas quanto ao registro legal. O delegado Carlos Alberto se negou a divulgar o valor apreendido em dinheiro, mas admitiu que a PF estipulou um limite. A apreensão só ocorreu porque o valor encontrado foi acima desse corte estabelecido. Ninguém foi preso, pois os órgãos envolvidos na Operação Sorte Grande entenderam que era mais eficaz o recolhimento de material e a oitiva simultânea dos investigados.