sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Taxistas seguem em cortejo para o velório do colega morto

Taxistas seguem em cortejo para o velório do colega morto

Eles negociaram com a polícia e saíram da sede do Greco.

Após um dia inteiro de manifestações, os taxistas aceitaram dispersar o movimento e irem até o velório de Carlos Alberto Souza. A decisão foi tomada após os representantes de três cooperativas se reunirem com o comandante de policiamento da capital, coronel Alberto Meneses.
Os taxistas saíram da sede do Greco e vieram em carreata pela avenida Miguel Rosa, acompanhados das viaturas da Polícia Militar. Eles atravessarão a Frei Serafim em cortejo, o que deixará o trânsito lento no início do horário de pico.
Os policiais ainda tentaram negociar para que a carreata passasse pela avenida Marechal Castelo Branco, mas os taxistas não aceitaram, pois querem chamar atenção para o crime que aconteceu na manhã desta sexta-feira. Carlos Alberto foi o segundo taxista assassinado em 15 dias.
A carreata termina na casa do taxista, que fica no bairro Aeroporto e é onde está acontecendo o velório.
Três taxistas conseguiram entrar na sede do Greco e falaram com um dos suspeitos, o que é maior de idade. Ele confessou que atirou no taxista Carlos Alberto Souza, mas que a intenção a princípio não era matá-lo.
Segundo Billy Everton, que esteve frente a frente com o suspeito, o disparo aconteceu depois que o taxista teria discutido com o assaltante menor de idade. “Ele disse assim: meu amigo correu, brigou com ele, discutiu. Aí eu fui lá e atirei”, conta o taxista.
Eles aproveitaram a oportunidade para ameaçar novamente os suspeitos, dizendo que os dias deles estavam contados. “Ele disse que estava arrependido, mas o arrependimento é tarde”, comentou um dos taxistas, sem se identificar.
A categoria está dividida. Uma parte que acompanhar os suspeitos até a Casa de Custódia, como uma forma de intimidar. “Pra eles saberem que estão na cadeia, mas que vão ser perseguidos. Para saberem que não mexeram com uma pessoa à toa”, diz outro taxista.
Um grupo sugeriu fechar a Frei Serafim, como forma de protesto, outro falou em ir até o Morro da Esperança, onde os suspeitos entraram no taxi de Carlos Alberto Souza. A intenção, nesse caso, é tocar fogo em bocas de fumo para intimidar.
Enquanto isso, outros taxistas tentam acalmar os ânimos. Um deles sugeriu aos colegas irem para o velório, pois o caso “já está nas mãos da justiça”.
Em frente ao Greco, contudo, o clima ainda está exaltado. Os taxistas que falaram com os suspeitos fizeram fotos. Eles pretendem divulgar as imagens para evitar que algum colega confunda com inocentes. 
fonte portal o dia
Repórter: Cícero Portela (do local) e Nayara Felizardo (redação)