Projetos do Governo para o setor de Transportes chegam a R$ 2 bilhões
Secretário explicou a necessidade de viabilizar obras para que o Piauí ofereça aos empresários do setor mineral, a infraestrutura necessária
O secretário de Transportes, Guilhermano Pires, conversou com ODIA sobre o diagnóstico de seu trabalho há um pouco mais de 50 dias no cargo. Guilhermano Pires falou sobre os principais projetos para o Estado que estão protocolados na Setrans, onde defendeu a viabilidade do Porto de Luís Correia, a retomada das obras do Rodoanel em 90 dias e prometeu ampliar a fiscalizar sobre o transporte terrestre de passageiros. O secretário explicou a necessidade de viabilizar obras para que o Piauí ofereça aos empresários do setor mineral, a infraestrutura necessária para escoamento de ferro, fosfato, níquel e outros minérios. Sobre os problemas enfrentados em relação aos aeroportos do Piauí, Pires comentou a aprovação do Plano Nacional de Aviação Regional. Ele defendeu ainda a navegabilidade do Rio Parnaíba e explicou que os projetos da Setrans para o Piauí chegam a R$ 2 bilhões. Confira a entrevista:
Fotos: Jailson Soares
Qual o diagnóstico que o senhor tem após estes 50 dias de posse e o que já deu para realizar?
Tomamos conhecimento dos projetos, das obras que estavam paradas. A partir disso, lançamos uma estratégia junto ao governador do Estado e dando prioridade para aquelas que possuem um maior impacto positivo para a população.
E quais as principais propostas e metas da Secretaria de Transportes?
A grande missão da Secretaria de Transportes é viabilizar a logística do estado do Piauí porque a gente, com a logística viabilizada, consegue impulsionar o desenvolvimento econômico, o desenvolvimento da indústria, dos serviços, a troca de mercadorias e torna o Piauí competitivo no cenário nacional.
Sabemos que o Piauí possui um grande potencial na mineração, principalmente na exploração de ferro, níquel e outros minérios. Qual o plano que o Estado tem hoje para oferecer a essas empresas uma estrutura adequada para transportes?
Na verdade não é só ferro e níquel, nosso estado é rico em calcário, fosfato, pedras. O Piauí tem muita potencialidade no setor mineral. A mineração, mas que qualquer outra atividade industrial, necessita basicamente de transporte. O diferencial da mineração é a logística, e a Secretaria de Transportes tem um plano bem determinado em relação à viabilização da logística, principalmente para a questão mineral no Piauí. Através da conclusão do trecho da Transordestina no Piauí, da viabilidade da ferrovia Meio Norte, que ligaria Luís Correia a Altos e Altos a Simplício Mendes, a viabilização da hidrovia do Parnaíba, por todos esses modais carreariam ao Porto de Luis Correia, que aí sim, o Piauí teria a possibilidade de dar vazão aos seus produtos em transporte de longa extensão.
Secretário, e o Rodoanel, como está o processo hoje e existe prazo para retomada das obras?
Hoje tivemos uma reunião com a Procuradoria da Republica, na pessoa do doutor Marco Aurélio Adão, e ficou definido que após a conclusão do relatório de impacto ambiental seria formatado um plano de ajuste de conduta entre o Incra e o Estado do Piauí, e do Ministério Público Federal para, aí sim, ver a possibilidade da retomada das obras. O que hoje existe é uma liminar, com ação impetrada pelo próprio Ministério Público Federal que impede a execução das obras.
Podemos esperar a retomada das obras neste ano?
Nossa ideia, tanto do Estado do Piauí quanto do próprio Ministério Público Federal que se mostrou bastante sensível a causa e também do próprio Incra, é que a gente possa retomar essas obras no prazo máximo de 90 dias.
O projeto inicial da Transnordestina previa a conclusão das obras em 2010. No entanto, ainda hoje a obra enfrenta alguns problemas com donos de terras. Quando podemos esperar a conclusão dos serviços?
O trecho da Transnordestina no Piauí é o trecho que mais avança entre os três estados contemplados com a obra. O Piauí hoje já consegue colocar de 500 a mil metros de grades por dia, o único empecilho que existe ainda são algumas glebas de terra, que é questão fundiária, que ainda não foi feita a emissão de posse, mas tanto a Transnordestina S/A, quanto o Dnit, e o Governo do Estado do Piauí estão imbuídos de enfrentar esse problema e resolver o mais rápido possível.
O Porto de Luís Correia é viável? O que podemos esperar ainda do projeto?
O Porto de Luís Correia é viável dentro da formatação para o qual ele foi concebido. O que existe é que foi feito um novo projeto, porque o Projeto do Porto de Luís Correia já vai em 34 anos, e evidentemente os modais foram sendo aperfeiçoados e o porto de Luís Correia precisava de uma reformulação de seu projeto para atender justamente as necessidades dos modais mais modernos. Esse projeto se encontra em analise na Secretaria dos portos, e o Governo do Estado do Piauí, junto com a bancada, está somando esforços para colocar esse projeto que dá uma montante de R$ 440 milhões, no PAC 3, para depois sensibilizar a presidência da República, para que haja liberação dos recursos para conclusão da primeira etapa do Porto.