Revista Época diz que Ciro Nogueira participou de negociação; senador rebate no Facebook: "Distorceu o assunto"
De acordo com a revista, envolvidos teriam pedido o valor de R$ 10 milhões em propina, que seria usado para impedir a abertura da CPI da Petrobras
A edição da revista Época desta semana traz uma denúncia contra o senador Ciro Nogueira (PP) de suposto envolvimento do parlamentar piauiense nas denuncias de corrupção na Petrobras, investigadas pela operação Lava Jato. De acordo com a publicação, ele teria negociado o recebimento de propina, no valor de R$ 10 milhões, que seria usado para impedir a abertura da CPI da Petrobras.
Segundo a matéria veiculada, em 2009, o deputado federal Eduardo da Fonte (PP/PE) , atual líder do partido na Câmara dos Deputados, procurou o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, para alertar que o Tribunal de Contas da União fizera uma devassa nas contas das obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, descobrira várias irregularidades e que tal auditoria poderia ensejar a abertura de uma CPI sobre a Petrobras no Senado.
De acordo com a revista, a criação da CPI, em março de 2009, foi fortemente criticada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele dizia que os senadores eram antipatrióticos ao pôr a Petrobras sob investigação. A CPI foi encerrada em novembro do mesmo ano, sem grandes descobertas. A oposição afirmou que a CPI morrera porque o PT não deixava a investigação avançar – mas Guerra era um dos principais representantes oposicionistas na Comissão.
Em nota à imprensa, Ciro Nogueira afirmou que a matéria veiculada pela revista Época foi mal apurada. Segundo o senador, a denúncia apresentada pelo veículo foi arquivada pela Procuradoria-Geral da República. “Todas as matérias que foram questionadas, inclusive a de hoje da Revista Época que não teve o cuidado de apurar devidamente os fatos e distorceu o assunto, foram arquivadas. A única questão que se refere a mim trata da doação de campanha de 2010, e quanto a isso posso assegurar que não compactuo com qualquer ilegalidade”, declarou.
Ciro Nogueira defendeu ainda o senador Francisco Dornelles, que presidia o PP na época e conduziu a captação de doações na campanha eleitoral de 2010. “Dornelles sempre demonstrou seriedade e respeito ao bem público. Por último, confio no trabalho da justiça para que a verdade prevaleça”, disse. O senador postou a sua resposta através do Facebook.
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