Pintor é ouvido pela polícia e reafirma que PMs do 5º BPM plantaram arma no carro dele
Gustavo confirmou ao delegado que não fugiu da polícia
Em depoimento prestado ao meio dia desta quinta-feira (04/01), o pintor Gustavo de Oliveira Silva, de 22 anos, confirmou ao delegado adjunto do 12º DP, Zé Filho, que três policiais do 5º Batalhão da Polícia Militar do Piauí, plantaram o simulacro de uma arma em sua carro Gol, depois de uma abordagem que seria malsucedida, na madrugada do dia 20 de dezembro passado, na Avenida João XXIII, em frente a AABB, na zona leste de Teresina.
Gustavo confirmou ao delegado que não fugiu da polícia. Disse que estava indo para casa depois de ter batido levemente, ao dá a ré no carro, na bomba de combustível do Posto Homero, na zona leste de Teresina.
“Quando eu vi a viatura ligar o sinal eu estava na terceira faixa. Vinham muitos carros, mas eu logo sinalizei que iria parar, não podia fazer isso no meio da rua. Quando parei já fui logo sendo baleado. Nem falaram comigo, foram logo atirando”, disse Gustavo, que não tem antecedentes criminais.
No depoimento, que durou cerca de 60 minutos, Gustavo confirmou a versão que apresentou a reportagem do Portal AZ, de que mesmo baleado foi levado direto para a Central de Flagrantes. “É fácil comprovar isso. É só ver os prontuários do Hospital do Satélite e do HUT. Lá no HUT, por exemplo, entrei lá às 6h da manhã”, disse.
A outra versão
Um dos militares envolvidos no episódio disse que Gustavo estava fugindo da polícia. Afirmou que desde a Homero, passando pela Vilmary, Kennedy, fez o contorno do Balão do São Cristóvão, pegou a João XXIII.
Pela versão militar, três tiros teriam sido disparados no Balão do São Cristóvão, quando Gustavo teria apontado uma arma para os policiais. Os disparos teriam sido para garantir a integridade física da guarnição. Gustavo teria andado até as proximidades da AABB para parar o carro.
Na versão, consta que as imagens das câmeras da região podem comprovar os fatos. No momento da abordagem teriam cerca de 10 a 15 testemunhas que, inclusive, teriam visto o simulacro ser encontrado debaixo do banco do Gol de Gustavo.
Consta ainda que o rastreamento da viatura dos policiais pode comprovar que Gustavo fora levado direto para o hospital. A viatura, sequer, teria ido para a Central de Flagrantes. As imagens das câmeras da Central de Flagrantes também provariam que os militares envolvidos no episódio não estiveram lá naquela noite.
As investigações
O delegado Zé Filho informou que nesta sexta-feira (05/01) tomará o depoimento do segurança do Posto Homero e que já requisitou as imagens das câmeras de todo o percurso traçado por Gustavo até o local da abordagem.
O frentista que havia chamado a polícia e acusou Gustavo de tentativa de assalto, já foi interrogado no 12º DP, mudando todo o depoimento que prestou na Central de Flagrantes.