Milhares de peixes aparecem mortos em riacho no interior do Piauí
"O que ocorre todos anos em Júlio Borges, é um verdadeiro desastre ambiental, devido à falta de planejamento
Um verdadeiro desastre ambiental tem sido registrado nos últimos dias no Riacho Curimatá, um dos afluentes da Barragem Algodões II, localizada nos municípios de Júlio Borges e Curimatá.
A denúncia foi feita pelo ativista ambiental e pedagogo Ronaldo Luz. Ele afirma que todos os anos o fenômeno é registrado por falta de planejamento das autoridades competentes.
"O que ocorre todos anos em Júlio Borges, é um verdadeiro desastre ambiental, devido à falta de planejamento das Secretarias de Meio Ambiente Municipal, Estadual (SEMAR), IBAMA e Colônia dos Pescadores", disse.
Ronaldo fez um relato sobre a situação, lamentando o ocorrido no município. Confira abaixo o texto na íntegra:
“A piracema é o período principal para a reprodução dos peixes, este fenômeno acontece todos os anos nas cheias dos rios e riachos do Brasil afora. Nesta época os peixes nadam rio acima para fazer a desova, um ciclo importantíssimo para reprodução das espécies. Durante os meses de outubro a fevereiro fica proibido a pesca com redes, enganchos e arpões, e caso haja desrespeito às leis ambientais o “pescador” pode pagar multa de R$ 1 mil a R$ 100 mil reais, ou detenção previsto na Lei Federal n° 9.605, de 12 fevereiro de 1998.
Todos os anos o maior reservatório do Extremo Sul do Piauí, a barragem de Algodões II, recebe água de dois afluentes que descem do lado oposto do município de Júlio Borges. Neste período, ocorrem as primeiras enchentes, onde os peixes sobem as cabeceiras dos riachos desovando.
Júlio Borges vive anualmente com esse problema, devido à falta de planejamento das Secretarias de Meio Ambiente Municipal, Estadual (SEMAR), IBAMA e Colônia dos Pescadores. À medida em que as águas dos riachos vão baixando os peixes não conseguem voltar e morrem aos milhares.
Não é a primeira vez que este fato acontece na região. Vale lembrar que todos são responsáveis, mas a “inércia maior,” é das Colônias dos Pescadores da região, por serem conhecedores deste fenômeno que ocorre todos os anos, e nada é feito para evitar mortandade de peixes.
O desastre atinge diretamente os próprios pescadores, que tiram o seu sustento dos pescados. Medidas simples e sem alto custo poderiam ser feitas pela Colônia dos Pescadores para evitar a morte de tantos peixes. Como? Primeiro, colocar tela de proteção no riacho no baixar das enchentes, para evitar que os peixes subam mais; segundo, os pescadores disporem de caixas com águas para capturar os peixes e devolvê-los à barragem.
Fonte:180graus.com/ Com informações do Portal Fala Piauí