De acordo com a categoria, os decretos de fechamento do comércio ocasionou a redução no número de corridas dos trabalhadores
Cerca de 30 motoristas por aplicativo fizeram um ‘buzinaço’ na manhã desta segunda-feira (19) para reivindicar a reabertura gradual das atividades comerciais em Teresina. Eles se reuniram em frente ao Parque Potycabana, na Zona Leste, e saíram em protesto pelas principais ruas e avenidas da Capital.
De acordo com a categoria, os decretos de fechamento do comércio ocasionou a redução no número de corridas dos trabalhadores. De acordo com o presidente da Associação dos Motoristas Autônomos para Transporte Privado, Individual de Passageiros do Piauí, João Francisco, estima-se que pelo menos 2 mil motoristas em Teresina estejam sendo afetados pelas medidas.
“A situação está realmente muito crítica. Parte dos motoristas já entregaram os carros que estavam locados, pois não tem condições de mantê-los. Além disso, alguns deles tiveram que parar de trabalhar por ter alguém do grupo de risco na família. Ou seja, existem uma série de situações onde torna a nossa categoria fragilizada”, disse.
Foto: Reprodução Rede Social.
João também criticou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por ter vetado a ampliação do direito ao auxílio emergencial de R$ 600 para profissionais informais que não estão inscritos no Cadastro Único, como motorista de aplicativos, vendedores de porta a porta, pipoqueiros e ambulantes de praia.
“O veto veio para acabar com a esperança que nós tínhamos de atender a 100% dos motoristas. Infelizmente, o presidente acabou com um sonho nosso, haja vista que a nossa categoria é tida como necessária. A gente precisa continuar rodando, mas não tem muitas viagens. Então termina que aqueles poucos motoristas que tentam se aventurar a rodar, infelizmente, não conseguem viagens”, completou.
Uma transmissão ao vivo pela internet mostrou que o evento foi pacífico. Nas imagens também é possível ver que grande parte dos motoristas usavam máscaras, objeto essencial para conter a transmissão do vírus.
“De trás dessas direções, existem pais de famílias. O que queremos é voltar aos poucos à normalidade com segurança e responsabilidade. Quem fala fica em casa, está com a geladeira abastecida. E quem não tem renda, economia, está na rua atrás do pão de cada dia”, disse um manifestante.
Procurada pela reportagem, a Prefeitura de Teresina informou que vem discutindo alternativas que venham possibilitar a reabertura do comércio, mas que ainda o cenário não é favorável para medida, visto o aumento no número de casos confirmados de Covid-19 e também a elevação no número de óbitos. Ainda segundo o órgão municipal, as medidas vêm no sentido de salvar vidas e evitar a contaminação em massa da população, pois o sistema de saúde, tanto público como o privado não tem capacidade para atender uma demanda em massa.
A reportagem também entrou em contato com o Governo do Piauí, que informou que tem feito constantes reuniões com representantes do comércio e com equipes médicas para avaliar o melhor e mais seguro momento para as retomadas das atividades.