Foto: Arquivo Pessoal
O Ministério Público denunciou o mestrando Thiago Mayson da Silva Barbosa pelo estupro e morte da estudante de jornalismo Janaína da Silva Bezerra. O crime aconteceu no último dia 28 de janeiro, nas dependências da Universidade Federal do Piauí (UFPI).
Na peça, assinada pelo promotor João Mendes Benigno Filho, da 13ª Promotoria, o MP denuncia Thiago Mayson por homicídio duplamente qualificado [meio cruel e feminicídio], estupro de vulnerável, fraude processual e vilipêndio de cadáver, por ter mantido relação sexual com a vítima já morta.
O promotor defende que Thiago, a quem classificou como "monstro", receba a pena máxima em cada um dos crimes. A condenação total pode chegar a 80 anos de prisão.
Os crimes são os mesmos apresentados no indiciamento feito após a investigação realizada pela delegada Nathalia Figueredo, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Ao Cidadeverde.com, o promotor Benigno Filho disse que a denúncia está bem embasada e que o Ministério Público irá pedir a pena máxima para Thiago Mayson em cada um dos crimes apontados no documento. Ele destaca que Janaína da Silva estava completamente vulnerável no momento que foi estuprada e morta.
"O Ministério Público trabalha no sentido da condenação, levando aos jurados o que ele praticou, como praticou e também o lado dessa vítima. Ela não teve nem direito a se defender", sustentou o promotor.
"Esse é um processo que corre em segredo de justiça, mas, no laudo cadavérico, faz pena o que esse monstro fez com a garota. Ele chegou ao cúmulo, ao ridículo, de filmar a garota naquele estado", completou Benigno Filho.
O Ministério Público ainda aguarda, para acrescentar à denúncia, o resultado dos exames tóxicologicos, da vítima e do acusado, exames de DNA e laudo pericial do notebook e do celular de Thiago Mayson, e no celular de Janaína da Silva. "Se ele tiver dopado a garota, é mais um peso contra ele", disse o promotor.
Foto: Renato Andrade/Cidadeverde.com
Benigno Filho também parabenizou a delegada Nathalia Figueredo, do DHPP, responsável pela condução do inquérito do caso. "As peças técnicas são excelentes, muito elucidativas. A delegada conduziu a fase de investigação muito bem", disse.
Defesa contesta
Ao Cidadeverde.com, a advogada do acusado, que preferiu não se identificar, disse que Thiago Mayson nunca teve a intenção de matar Janaína. “Estou fazendo o meu trabalho. Ele nunca teve a intenção de matar e acredito veementemente nele. Ela não tinha hematomas, nem marca de violência, nem luta corporal. A defesa segue a narrativa dos fatos e os laudos”, disse a advogada.
Próximos passos
Após o envio pelo Ministério Público, a Central de Inquéritos do Tribunal Justiça pode aceitar ou não a denúncia. Caso seja aceita, começam a valer os prazos do processo penal.
O defesa do acusado terá 10 dias para se manifestar e apontar eventuais discordâncias com a denúncia do MP.
Antes do Tribunal Popular do Júri, acontece também a Audiência de Instrução e Julgamento, onde o acusado, testemunhas do crime, além de defesa e acusação, são ouvidos pelo juiz.
Só após do processo é formado o conselho de sentença e marcada a sessão do Tribunal Popular do Júri.
Foto: Arquivo Pessoal
O caso
Janaína da Silva Bezerra morreu no dia 28 de janeiro nas dependências da Universidade Federal do Piauí (UFPI). Segundo laudo do Instituto de Medicina Legal, a jovem apresentava indícios de violência sexual e estava com o pescoço quebrado.
Ela ainda chegou a ser levada para o Hospital da Primavera, mas já estava sem vida.
O suspeito do crime é o estudante de mestrado Thiago Mayson da Silva Barbosa, 28 anos, que estava com Janaína em uma calourada que acontecia na universidade. Ele está preso preventivamente desde o dia do crime, após a confirmação da morte da jovem.