Fotos: Ascom/Simepi
Os médicos que atuam na rede municipal de Teresina decidiram realizar uma paralisação de advertência nos dias 5 e 6 de setembro, em busca de melhores condições de trabalho, realização de concurso público e pagamento do piso salarial pela Federação Nacional dos Médicos (Fenam), que atualmente é de R$ 18.709,99 por jornada de 20 horas semanais.
A decisão foi acordada entre os médicos em assembleia-geral extraordinária realizada na noite de segunda-feira (28). Os serviços de urgência e emergência ficam mantidos, e apenas os eletivos serão afetados.
A presidente do Sindicato dos Médicos do Piauí (Simepi), a médica Lúcia Santos, afirmou que hoje os profissionais da rede municipal estão trabalhando em péssimas condições.
“Ficou decidido que haverá uma paralisação nos dias 5 e 6 de setembro, por conta das péssimas condições de trabalho que nós estamos sendo submetidos há muito tempo, muitas precarizações, uma demanda enorme para poucos especialistas, tem muitos médicos com piso precário porque não tem concurso público, tem o nosso piso Fenam que foi prometido pelo prefeito, que chegou a se comprometer e não cumpriu. Ele mandou um ofício descumprindo tudo que tinha dito anteriormente, então os médicos que trabalham na prefeitura decidiram paralisar”, informou.
O médico Samuel Rêgo, vice-presidente do Sindicato dos Médicos do Piauí, destacou que trata de uma paralisação de advertência após a Prefeitura de Teresina não atender as pautas da categoria que estariam sendo negociadas há dois anos.
“O prefeito na sua campanha prometeu que iria implantar o piso da categoria dos médicos, da Fenam, e outro acordo que a gente vinha fazendo era a realização de concurso público, então nós já tivemos inúmeras reuniões e ele nos deu um documento assinado de que iria iniciar a implantação do piso e que iria realizar o concurso em outubro, só que não vimos nenhuma mobilização. Ontem o secretário mandou um cronograma dizendo que o concurso seria só no próximo ano, ou seja, ano de eleição. Não temos nem previsão para o piso, então está havendo má vontade”, afirmou.
Ele explicou que espera que o prefeito Dr. Pessoa negocie com a categoria. “Não está previsto greve ou novas paralisações, mas queremos que o prefeito cumpra o acordo que fez com a categoria, que hoje vem sofrendo com a insegurança nos hospitais e postos de saúde. Temos recebido especialmente muitas denúncias no HUT, e em outros hospitais por falta de medicamentos, falta de estrutura e equipamentos quebrados”, destacou.