Sem delegado nas investigações, Operação IL Capo começa a fracassar
Mesmo depois de seis anos de investigações, nenhum dos quatro presos foram ouvidos
Executada por policiais militares, rodoviários e promotores de Justiça, a Operação IL Capo, que visa combater corrupção e desvio de dinheiro dentro do próprio Ministério Público do Piauí, na gestão do ex-procurador geral de Justiça, Emir Martins filho, começou a fracassar antes mesmo do cumprimento da prisão temporária de cinco dias serem cumpridos pelos possíveis membros do esquema que foram capturados.
Mesmo depois de seis anos de investigações, nenhum dos quatro presos, sequer, foram ouvidos antes de ser levado ao xadrez. Nenhum delegado da Polícia Civil (que faz academia para investigar – é um técnico de investigação) participou dos trabalhos. “Ainda vamos tomar os depoimentos de todos”, disse o promotor Rômulo Paulo Cordão, coordenador do Gaeco, enquanto a Justiça concedia Habeas Corpus favorável a Emir e os demais presos na operação.
Repórter do AZ: “Por que a Polícia Civil não participa dos trabalhos de investigações?”
Rômulo Cordão: “Não existe um motivo especifico”.
As investigações que resultaram no desfecho do caso foram comandadas pelo Gaeco – Grupo de Combate ao Crime Organizado do MPE-PI (uma espécie de xerifes dos fiscais da lei). O Ministério Público, por força de decisão do STF, pode, sim, investigar e denunciar. No entanto, os promotores de Justiça não passam por academia especifica de técnicas de investigação. É o policial civil que tem o preparo para investigar.
Mas os promotores da Gaeco ainda vão avaliar se a liberdade agora concedida a Emir e os seus familiares atrapalham ou não as investigações. As prisões foram solicitadas sob a alegação de que Emir tentou obstruir os trabalhos, mandando, inclusive, queimar documentos.
AS INVESTIGAÇÕES DO GAECO
Depois de cerca de seis anos de trabalhos investigativos, quatro acusados foram presos provisoriamente (depois liberados), outros oito também tiveram as prisões provisórias decretadas, mas não foram localizados e antes mesmo de serem presos, ganharam o direito de ficarem livres da cadeia. Um deles, que seria o responsável pela tesouraria, sequer teve o sigilo bancário quebrado.
Depois de cerca de seis anos de trabalhos investigativos, quatro acusados foram presos provisoriamente (depois liberados), outros oito também tiveram as prisões provisórias decretadas, mas não foram localizados e antes mesmo de serem presos, ganharam o direito de ficarem livres da cadeia. Um deles, que seria o responsável pela tesouraria, sequer teve o sigilo bancário quebrado.
“Mas já pedimos a quebra de sigilo bancário dele”, disse Rômulo Cordão, em entrevista coletiva.
Uma coisa é certa: as provas no bojo das investigações são incontroversas, como disse Rômulo Cordão, ao observar as contas da família do ex-procurador Emir, constatando o desvio de cerca de R$ 8 milhões dos cofres do Ministério Público Estadual.
“Esse desvio se limitou ao ex-procurador Emir e a família dele. Não existe nenhum outro membro do Ministério Público, nem antes, nem depois dele”, finaliza.