Os moradores do bairro Mafuá, Centro-Norte de Teresina, reclamam da situação da Praça do Mafuá. Segundo eles, ela está aparentemente com mato alto, muito suja e abandonada, um dos motivos ao qual atribuem à grande concentração de gatos abandonados na região. Além do mau cheiro, decorrente dos gatos e do lixo no local, os populares reclamam da instalação elétrica dos postes, que está comprometida.
O morador Cristiano Feitosa diz que já levou um choque ao se encostar em um deles. “Aqui tem três postes que estão dando choque. Já pegaram foi a chave para comprovar. Fora que eles ficam ligado 24h, até quanto está de dia, o que é um perigo para quem frequenta o local”, comenta.
Lixo jogado irregularmente provoca doenças (Foto: Moura Alves/ O Dia)
A população afirma que há, inclusive, depósito irregular de lixo, uma vez que a praça já se encontra suja e as pessoas aproveitam para jogar mais entulho. “Até animal morto às vezes jogam aí”, acrescenta Cristiano.
No chão da praça, há copos descartáveis, restos de comida, lixo e sacos. Esses problemas colaboram para problemas de saúde. O morador Francisco José diz que as pessoas da rua que circulam na praça ficam constantemente doentes. Ele está se recuperando de uma Chikungunya e atribui a ausência de limpeza da praça como a razão principal de ter sido infectado com a doença.
A Prefeitura de Teresina, por meio da Gerência de Serviços Urbanos da SDU Centro/Norte, informa que enviará equipe à Praça do Mafuá para analisar a situação e realizar o agendamento da poda e capina do local. De acordo com ela, diariamente as praças da zona Norte de Teresina recebem serviços de varrição e, conforme programação, de acordo com a necessidade das praças, é realizada a poda e capina.
Acerca da iluminação e da instalação elétrica dos postes do local, a demanda foi repassada à Coordenação de Iluminação da SEMDUH, que enviará uma equipe para a solução do problema.
Local é alvo de abandono de gatos
Pelo menos 20 gatos estão abandonados e sem cuidado devido na Praça do Mafuá. Os moradores afirmam que muitas pessoas abandonam os gatos na praça e, por se reproduzirem rapidamente, eles se multiplicam com o passar do tempo. Os gatos abandonado além de aparentemente desnutridos também parecem estar doentes.
Gatos deixados no local se reproduzem rapidamente (Foto: Moura Alves/ O Dia)Um servidor público que preferiu não se identificar diz que já presenciou esses abandonos e se entristece com a situação. Ele leva comida para os gatos sempre que pode, mas diz que não é suficiente para resolver o problema. “O zoonoses deveria lançar uma campanha de castração desses animais de rua também. Não é matar, é pelo menos castrar, porque isso ajuda muito. Os gatos de três em três meses se multiplicam, então alguém precisa fazer algo”, frisa.
O especialista em direito ambiental, Clenilson Costa, explica que os riscos para quem vive nas redondezas e para os próprios animais é muito grande. Segundo ele o Piauí é um dos estados que mais tem gatos abandonados do Brasil. “O impacto ambiental é muito grande, porque causa muita doença. As pesquisas indicam que existem mais animais domésticos abandonados do que crianças, imagine o efeito disso. O que deveria ter aqui no estado, eram políticas públicas para castração desses animais”, destaca.
De acordo com o morador Francisco José, a estrutura da praça que aparenta estar abandonada favorece a permanência dessa prática de abandono de animais na região. “O povo joga porque vê que só vai ser mais um problema para a praça, que já é suja, esquecida e abandonada”, diz.
A gerente da gerencia de Zoonoses de Teresina, Oriana Lima, alerta para a prática de alimentar animais de rua. Segundo ela, ainda que a pessoa tenha a intenção de ajudar, a prática favorece a multiplicação desses animais, uma vez que eles alimentam, se fortalecem e ficam aptos a procriar novamente. “O que se precisa discutir é no sentido de tentar resolver a causa e não somente a consequência”, diz ela em relação ao combate ao abandono de animal.
No que diz respeito à castração, Oriana informa que já tem um programa de castração gratuita em parceria com a Universidade Federal do Piauí e que ele atende apenas famílias de baixa renda. A Zoonoses deve respeitar as cláusulas do convênio e ele não engloba castração de animais de ruas.