Câmara realiza audiência para tratar de liminares que obrigam órgãos a admitirem candidatos reprovados
Assunto foi pautado por policiais militares do Estado
Vereadores e representantes de vários setores do poder público estão reunidos na Câmara Municipal de Teresina discutindo sobre a entrada nos órgãos públicos, como a Polícia Militar do Estado do Piauí, através de concurso. A audiência, que acontece no Plenário da Casa, foi proposta pelos vereadores Dudu e Major Paulo Roberto.
De acordo com Paulo Roberto o assunto foi pautado por 150 policiais militares do Estado, indignados com a liberação de liminares na Justiça que, há tempos, vêm garantindo tanto o ingresso de pessoas no quadro da Polícia Militar do Estado do Piauí, como a promoção de oficiais.
Segundo dados divulgados por Paulo Roberto, durante discurso na audiência, recentemente 13 oficiais foram promovidos a segundo tenente através de liminares concedidas pela Justiça. “De 43 oficiais, 13, ou 30%, foram promovidos com liminares; isso é um absurdo”, criticou Paulo.
O caso do capitão da PM Alisson Watson, que assassinou a namorada (a estudante Camilla Abreu), também foi lembrado.
“Esse caso também motivou a audiência porque é um dos casos mais graves. Esse rapaz, de acordo com nossa documentação, entrou em 17° lugar em um seletivo com 30 vagas, mas depois foi reprovado em outras etapas, inclusive na psicotécnica, e foi para o município de Valença onde conseguiu uma liminar para fazer o curso de oficial. Em 24 de agosto de 2014 o juiz extinguiu o processo de liminar dele sem a resolução de mérito, mesmo assim ele fez o CFO por 3 anos e chegando ao final. Como estava sub judice, ele não foi promovido a praça especial, mas contratou um escritório de advocacia e conseguiram outra liminar e ingressou na corporação como capitão”, explicou o vereador Major Paulo Roberto.
Dados repassados pelo Núcleo de Concursos e Promoções de Eventos (realizadora dos concursos da PM/PI), representado no evento pelo prof. Dr. Pedro Júnior, 20 dos 25 candidatos reprovados no exame psicotécnico do concurso da Polícia Militar do Piauí 2017 já ingressaram com pedido de liminar para reverter a situação.
“Não podemos deixar que liminares coloquem pessoas que não têm a devida condição de exercer papeis que exercem. A avaliação psicológica pode ser contestada, mas de forma legal: constituindo um psicólogo ou outro profissional para verificar esse material e daí sim, validando o que foi feito ou simplesmente pedindo outra avaliação, e não simplesmente impondo para exercer uma profissão uma pessoa que não tem a devida condição psicológica”, disse o presidente do Conselho de Psicologia do Piauí, Eduardo Moita.
A audiência ainda está sendo realizada. Também estão presentes na ocasião o vereador R.Silva, além de representantes da Polícia Militar do Piauí, como o sub-comandante geral da PM Lindomar Castilho.