Foto:Roberta Aline
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários, Ajuri Dias, confirmou que os trabalhadores irão acatar a decisão do desembargador do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), Giorgi Alan Machado Araújo, e os ônibus voltarão a circular nesta quarta-feira (14).
Na decisão, o desembargador ordena que os motoristas e cobradores respeitem o dissídio de greve e coloquem 70% da frota para circular em horário de pico e 30% no entre pico sob risco do sindicato que representa a categoria pagar multa de R$ 50 mil por dia. Ajuri garante que nesta quarta-feira membros do movimento grevista não irão impedir a saída dos ônibus das garagens das empresas.
A Superitendência Municipal de Trânsito (Strans) acompanhará a saída dos ônibus das garagens para fiscalizar se a quantidade e os horários estabelecidos são respeitados pelo sindicato dos motoristas e cobradores.
"Vamos cumprir a decisão judicial de 70% da frota rodar em horário de pico e 30% em horário entre pico. É uma decisão que a gente não concorda. É acabar com o movimento. A gente vai cumprir, mas a gente lamenta que a justiça interfira podendo estar ajudando quem trabalha", disse Ajuri ao portal.
Os trabalhadores cobram a garantia de plano de saúde, tiquete alimentação, o cumprimento dos 30% da MP 936/2020, melhores condições de trabalho, pontos de apoio com condições adequadas no final de linhas, EPIs como máscaras, álcool em gel, proteção com tela de película ao lado do motorista e na frente dos cobradores, bem como sanitização dos ônibus.
A ação no TRT foi ajuizada pelo Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut). O sindicato que representa os empresários garante que o pagamento do tíquete alimentação e o plano de saúde está suspenso desde maio quando não houve a renovação da convenção coletiva da categoria, devido à crise causada pela pandemia.
"O Setut está pagando a folha com muita dificuldade e não vai voltar tão cedo a pagar o tíquete alimentação e o plano porque não tem arrecadação suficiente para os pagamentos", informou Marcelino Lopes, diretor do sindicato.