Quase 3 anos depois, inquérito que investiga morte de gerente não foi concluído
O inquérito policial que investiga a morte do gerente do Banco do Brasil de Miguel Alves, Ademiston Rodrigues Alves, até hoje nunca foi concluído. O caso aconteceu em 30 de abril de 2013. Naquele dia, ele foi levado como refém por assaltantes que invadiram a agencia bancária. Durante a fuga dos bandidos, Ademiston morreu vítima de uma bala que teria sido disparada pela Polícia Militar. O Ministério Público (MP), responsável pelo andamento do inquérito, fez inúmeras solicitações em maio do ano passado e enviou para a Policia Civil, mas até o momento não recebeu resposta.
De acordo com o MP, no ano passado, a Polícia Civil concedeu uma entrevista coletiva para afirmar que o inquérito havia sido concluído, mas de acordo com a promotoria, o inquérito não só foi concluído como as diligências que foram solicitadas estão demorando demais para serem analisadas.
De acordo com Assuero Stenvenson, promotor da 9ª Vara Criminal, o ofício solicitando as diligências foi enviado em maio do ano passado e até agora nenhuma resposta foi dada. Ele leu o conteúdo do ofício para a equipe da TV Cidade Verde.
"No mês de maio do corrente de ano (2014) foi encaminhado pedido de diligência do Ministério Público, não tendo retornado nenhuma informação até o presente momento. Isso no dia 2 de dezembro de 2014. Assim, considerando o tempo decorrido, solicito que seja concluído o reenvio do inquérito policial com a maior brevidade possível para que sejam tomadas as providências cabíveis. Eu assinei esse oficio já reclamando dessa demora, do mês 5 ao mês 12 de 2014 e até a presente data esse inquérito não chegou aqui no Ministério Público com o que foi requerido. O inquérito policial tem um prazo de 30 dias para ser concluído, temos a certeza de que aquele fato precisa de investigação mais aprofundada. agora precisa desse tempo todo? Isso é injustificável", reclama o promotor,
De acordo com o delegado Francisco Bareta, da Delegacia de Homicídios, o inquérito não foi concluído porque os policiais envolvidos no caso agora estão fazendo parte da Força Nacional Brasileira e estão em outros estados sem previsão de volta. "Ainda assim os delegados responsáveis pelo inquérito vão juntar todas as diligências realizadas para fazer um relato complementar e enviar ao Ministério Público para que as investigações possam ser encaminhadas", afirmou o delegado.
A viúva do gerente, Sandra Alves, disse que já esperava pela demora, já que o crime foi considerado no inquérito como culposo, sem intenção de matar.
"Há nove meses, quando eu recebi o resultado do inquérito dizendo que tinha sido crime culposo, naquele momento eu decidi me calar e deixar com o Ministério Público por questões de segurança, já que nós da familia acreditamos em crime doloso. Eu hoje sou uma viúva sozinha com três crianças contra uma corporação chamada Polícia Militar e o Estado. Com aquele resultado de crime culposo eu imaginei que eles iam fazer o que eles quisessem: iam passar por cima de familiares, da justiça, de princípios e de provas", finalizou a viúva, ressaltando que acredita no Ministério Público.