quarta-feira, 15 de abril de 2015

Motoristas de ônibus e funcionários da Agespisa cruzam os braços contra projeto das terceirizações


Motoristas de ônibus e funcionários da Agespisa cruzam os braços contra projeto das terceirizações

Trabalhadores da Agespisa e os motoristas de ônibus programam paralisações contra a proposta, que segundo eles, irá prejudicar os direitos dos trabalhadores


Na manhã desta quarta-feira (15/04), Teresina e as principais capitais do país amanheceram em clima de protesto contra a PL 4330 que regulamenta a terceirização no Brasil. Os trabalhadores da Agespisa e os motoristas de ônibus programam paralisações contra a proposta, que segundo eles, irá prejudicar os direitos dos trabalhadores e colocar em risco as conquistas trabalhistas.
Cartaz convoca os trabalhadores a se manifestarem 
Desde as primeiras horas da manhã de hoje, os funcionários da Agespisa cruzaram os braços e protestam com apitos e cartazes contra o projeto de lei. A paralisação dos motoristas de ônibus está marcada para ocorrer a partir das 10 horas da manhã. O movimento ainda não definiu por quantas horas os ônibus ficarão parados.
As manifestações em Teresina fazem parte do movimento nacional “Paralisação contra a Terceirização”, que ocorre em todo o país. Os manifestantes pretendem pressionar a Câmara Federal a voltar atrás e modificar os pontos da proposta considerados polêmicos. O protesto tem sido organizado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Foto: Dailton Meireles/O Olho
SINDICATO PROTESTA
O presidente do sindicato dos motoristas de ônibus de Teresina, Francisco das Chagas, afirma que o objetivo é chamar à atenção do trabalhador para o risco da proposta representar perdas de direitos. O principal medo da categoria é que possa haver redução nos salários e degradação das condições de trabalho. “Vamos perder direitos trabalhistas como férias e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. Existe a possibilidade de até mesmo a aposentadoria sofrer alterações”, destacou.
Entre os trabalhadores da Agespisa o protesto engloba ainda a proposta do governo do Estado de realizar uma reforma na empresa. De acordo com a mudança proposta pelo governador Wellington Dias (PT), a Agespisa será transformada em uma autarquia. O presidente do Sindicato dos Engenheiros, Florentino Neto, afirma que a empresa está falida e que a proposta do governo não resolve o problema.
“Os trabalhadores estão se unindo contra estas duas propostas que colocam em risco nossos direitos. Além da reforma na Agespisa essa proposta que modificação as terceirizações é considerada perigosa.”, disse.  A classe trabalhadora teme que o projeto acabe com os concursos públicos no país.
PROFESSORES PEDEM REAJUSTE
Os professores iniciaram Assembleia Geral, às 8h, no Teatro de Arena, no Centro da capital. Os servidores querem o arquivamento do PL 4330 das terceirizações, reajuste salarial, suspensão da dívida pública aos banqueiros, fim das demissões e pela redução da jornada de trabalho sem redução de salários, entre outras reivindicações.
Segundo a presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Teresina (Sindserm), Letícia Campos, o prefeito Firmino Filho não negociou o reajuste salarial para os servidores municipais. “Ele usa do assédio moral e da perseguição para roubar direitos dos servidores. Além disso, essa matéria das terceirizações coloca em risco nossos direitos”, denuncia Letícia.
Cartaz convoca professores para o ato
NÃO VALERÁ PARA EMPRESA PÚBLICA
Na noite desta terça-feira (14/04), o plenário da Câmara Federal decidir que a medida não valerá para as empresas públicas. Os deputados decidiram adiar para hoje a votação dos demais pontos polêmicos da proposta. A proposta é criticada pelo PT e algumas centrais sindicais e defendida por empresários, a proposta permite que empresas contratem trabalhadores terceirizados para exercer qualquer função.
Atualmente esse tipo de contratação é permitida apenas para a chamada atividade-meio, e não atividade-fim da empresa. Ou seja, uma universidade particular, por exemplo, pode terceirizar serviços de limpeza e segurança, mas não contratar professores terceirizados.
Pelo texto votado na Câmara, essa limitação não existirá mais. Os que defendem a proposta afirmam que a regulamentação da terceirização traz “segurança jurídica” aos contratos e afirmou que buscou uma “uma linha média capaz de atender aos trabalhadores, empresários e à economia brasileira”.

fonte portal o olho